Um levantamento feito pela Dimabel (Diretoria de Material de Guerra), responsável pelo controle de armas no Paraguai, mostra que quase 26 mil armas, entre pistolas e fuzis, entraram no país, via importação. Entretanto, elas desapareceram das lojas, por meio de vendas ilegais.

O mais preocupante é que todo esse arsenal pode estar sendo usado por organizações criminosas brasileiras como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e também o CV (Comando Vermelho). A constatação é da própria Dimabel, que admite não saber o paradeiro das armas.

“Ao todo 17.369 armas trazidas legalmente para o país foram perdidas do radar da Dimabel. Cerca de 22 casas comerciais compraram armas de forma legal, mas as revenderam na ilegalidade”, diz uma fonte ligada ao órgão paraguaio.

Segundo informações da Dimabel, Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, lidera o ranking das vendas sem controle. Somente em uma loja da cidade, 3.813 armas foram vendidas sem que se tenha nenhum registro sobre os compradores.

Em termos de volume, as armas de paradeiro desconhecido poderiam abastecer 100% das ou 80% da Polícia Nacional. A observação é do SID (Sistema Integrado da Direção de Materiais de Guerra) utilizados para a rastreabilidade de armas desde a importação até o comprador ou usuário final. 

As pistolas e fuzis entraram legalmente através dos importadores. Em seguida, foram vendidos por eles para casas comerciais. “Neste ponto a trilha se perdeu. As casas não conseguiam justificar nas vendas a inexistência das armas nos seus armazéns e em muitos casos fecharam, desaparecendo como as armas”, diz outra fonte da SID.

Cerca de 22 lojas, entre modestas casas de e pesca a distribuidores de multiprodutos, foram as que entre 2022 e 2023 permitiram a de 17.369 armas do mercado legal para o mercado ilegal. Ainda segundo informações do SID, algumas dessas armas, que deveriam estar em armazéns de algumas dessas casas foram apreendidas no Brasil.