Mãe que matou recém-nascida se torna ré e condição mental será avaliada por perícia

Fato teria acontecido no puerpério e será analisada condição da autora

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Imagem ilustrativa

Menos de semanas após assassinar a própria filha recém-nascida, jovem de 24 anos se tornou ré pelo crime. Também foi instaurado incidente de insanidade mental da acusada, para avaliar a condição da jovem, que estaria sofrendo de depressão pós-parto, segundo a defesa.

A denúncia foi recebida na última sexta-feira (13), pela juíza Flávia Simone Cavalcante, da 1ª Vara de Cassilândia. Também foi determinada data para audiência de instrução e julgamento, dia 28 de abril.

Além disso, foi instaurado incidente de insanidade mental da ré, por causa das dúvidas sobre a integridade mental. Desde o dia do crime, a jovem está presa.

Denúncia oferecida pelo MPMS

No dia 13 de janeiro, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra a ré. Assim, foi relatado como o crime aconteceu, na tarde do dia 1º de janeiro.

Momentos antes do crime, a jovem foi acordada para amamentar a filha, de dois meses e 5 dias de idade. No entanto, acordou alterada e derrubou a bebê no chão, estando também agressiva com o pai da criança.

Ainda conforme o MPMS, por volta das 15 horas o pai da jovem chegou e, com o genro, conversou com a filha sobre as alterações de comportamento. Então, a jovem saiu correndo com a bebê no colo.

Assim, foi alcançada pelo marido, mas segurou a criança pelos pés e a arremessou contra o chão mais de uma vez. Ainda na tentativa de conter a esposa, o marido foi agredido com arranhões.

Em seguida, o avô chegou e recolheu a bebê para casa, ligando para os familiares que levaram a criança até o hospital. Mesmo assim, a vítima deu entrada já em parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Por fim, o MPMS denunciou a jovem pelo artigo 123 do Código Penal, que trata do infanticídio sob influência do estado puerperal. A pena é de detenção de dois a 6 anos.

Ré continua presa

Conforme o pedido de liberdade feito pelo advogado José Donizete Ferreira Freitas, o avô materno da criança relatou que a filha apresentava sintomas de desvios comportamentais e psicológicos. Assim, foi citada depressão pós-parto.

Ainda na peça, a defesa relata que a acusada saiu desesperada com a filha nos braços, não sabendo se jogou, deixou cair ou se caiu junto com a bebê no colo. No entanto, consta no pedido que a jovem foi encontrada desacordada na rua, junto com a filha.

Então, foi feito novo pedido de instauração de incidente de insanidade mental, agora acatado pela juíza. No entanto, não há decisão sobre o pedido de liberdade, que pode ocorrer caso constatada insanidade mental da ré.

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