A Justiça Federal manteve a prisão do ex-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul nas últimas eleições, Magno Souza (PCO) e outros oito indígenas, ocorrida durante retomada de área indígena onde é construído um condomínio de luxo pela Corpal Incorporadora e Construtora, em Dourados, no último sábado (08). A decisão é da 2ª Vara Federal da cidade.

Mesmo com os pedidos de liberdade feitos pela Defensoria Pública da União e MPF (Ministério Público Federal), a Justiça Federal manteve a prisão.

Os indígenas estavam no local desde a última quinta-feira (6) e, sem conflitos, o grupo foi preso no sábado. Um idoso de 77 anos que estava entre os dez indígenas presos foi ouvido e liberado após intermediação da DPE (Defensoria Pública do Estado) do Mato Grosso do Sul.

Candidato a governador

Magno é sobrinho de Marçal de Souza, assassinado em 1983 por um latifundiário que não admitia a mobilização dos povos indígenas sobre a retomada de terras. No Brasil, Marçal, liderança Guarani Ñandeva, é uma das figuras de maior destaque nesta resistência pela demarcação de território dos povos originários.

Magno foi candidato em 2022 ao Governo do Estado e, durante a campanha, denunciou a truculência contra os povos indígenas. Magno também disse que Mato Grosso do Sul precisa de um Governador que saiba dialogar para acabar com os conflitos envolvendo fazendeiros e indígenas.

Os outros nove continuam detidos e respondem pelos crimes de ameaça, lesão corporal, esbulho possessório, associação criminosa e porte ilegal de arma.