O julgamento considerado da década deve perdurar até a quinta-feira (20), segundo o juiz Aluízio Pereira dos Santos, que preside o julgamento de Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo, os três acusados da morte do estudante de direito Matheus Coutinho Xavier, assassinado com tiros de fuzil, no dia 9 de abril de 2019 em frente de sua casa. 

Segundo o juiz, o número de testemunhas é a causa do julgamento se estender por tantos dias, já que de acordo com Aluízio, tanto a defesa como a acusação tem direito a 2h30 no plenário. Em relação aos jurados, o magistrado falou que estão em local seguro. 

“Foram colocados em local seguro para não serem influenciados”, disse o juiz. Aluízio ainda relatou que o julgamento começou bem. “Começou bem e vai terminar bem”, finalizou.

Segundo dia de júri

Neste segundo dia do júri, considerado o da ‘década’, vão sentar no banco para depor Eliane Benitez Batalha, a peça-chave da operação desencadeada após o assassinato de Matheus, em 2019, filho do ex-militar Paulo Xavier, conhecido como ‘PX’. 

Na época em que Marcelo Rios foi preso com a descoberta da casa das armas, Eliane prestou depoimento no Garras, onde chegou a ficar com os filhos. Ela relatou que o marido na época trabalhava para a família Name, e que estava preocupado com o assassinato por engano de Matheus, já que o alvo era o ‘PX’.

Eliane ainda detalhou que pegou conversas do marido que tinha como missão entregar dinheiro a um delegado para atrasar as investigações de Ilson Figueiredo, morto na Avenida Guaicurus, com vários tiros de fuzil. O delegado Márcio Shiro Obara era quem estava à frente do caso, já que na época era titular da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), que depois passou a ter como titular o delegado Carlos Delano, que participou da Força-Tarefa da Omertà. 

Ainda irá prestar depoimento na manhã desta terça-feira (18), Orlando de Oliveira Araújo, conhecido como Orlando Curicica, ex-PM e chefe da milícia no Rio de Janeiro. Ele foi condenado mês passado a 25 anos de prisão pela morte de Carlos Alexandre, conhecido como ‘O Cabeça’, líder comunitário da região de Jacarepaguá. 

Para Jamil Name Filho, irão prestar depoimento um advogado, um psiquiatra e Eliane Benitez Batalha. Para Marcelo Rios serão Eliane Batalha e Orlando de Oliveira de Araújo e para Valdenilson Olmedo, duas testemunhas, entre elas um policial civil.