‘Horrorizada’: Vizinha ajudou a socorrer estudante que morreu espancado na Vila Nasser
Moradores disseram que bairro é tranquilo, mas que estão assustados com o crime
Lethycia Anjos, Mirian Machado –
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Moradores da região da Vila Nasser, onde aconteceu uma agressão com espancamento que terminou na morte do estudante Gabriel Leal Coura dos Santos, de 25 anos na noite de quinta-feira (10), ficaram assustados e traumatizados com a violência do caso. O jovem foi espancado e agredido com uma pedra grande. Ele teve o rosto desfigurado e dois dentes arrancados.
Ao Jornal Midiamax, eles relataram que o bairro sempre foi tranquilo e estão chocados com o que aconteceu. Por medo de represálias, ninguém quis se identificar.
Câmeras de segurança flagraram o jovem sendo perseguido e agredido por dupla em uma bicicleta.
Uma senhora que ajudou a socorrer a vítima disse que está traumatizada e que não consegue esquecer a cena. Ela contou que ouviu barulhos e saiu para ver o que era, pois pensou que poderia ser o filho dela, que mora por ali perto.
“Sai e vi dois caras espancando o jovem. Eles estavam com um pedra enorme, quando os vizinhos saíram pra ver o que estava acontecendo eles pegaram a bicicleta e fugiram. Fui lá socorrer e ele estava horrível, sangrando muito, os olhos roxos, rosto inchado aí ficou eu e um motoboy que parou para ajudar”, lembrou a mulher.
A mulher acionou a polícia e os bombeiros, que e segundo ela demoraram muito para chegar. Moradores tentaram socorrer o jovem colocando toalhas.
“Estou horrorizada, não cheguei a ver porque estava no fundo da casa. Quando saí os bombeiros já tinha levado, mas minha sobrinha viu e não conseguiu dormir com a cena ele estava todo desfigurado”, disse uma moradora que tem uma empresa no local. A vítima era amiga do irmão dessa moradora e foi por ele que ela ficou sabendo do crime.
A avó de Gabriel é conhecida na região por vender perfumes, e por isso várias pessoas conheciam a vítima.
Outro morador disse que a irmã mora em frente ao local da agressão e que ela está bastante abalada. “Quando passei aqui de manhã que vi o que tinha acontecido, tinha até um chinelo que acho que era do menino”, disse.
Um jovem que mora na mesma rua de onde o crime aconteceu lamenta ninguém ter ajudado a vítima. “Moro aqui do lado e conhecia ele de vista, na hora eu não estava em casa mas se estivesse teria ajudo ele. Se alguém tivesse tentado impedir ele poderia estar vivo”.
Bairro tranquilo
A senhora que ajudou no socorro disse que o bairro é muito tranquilo e por isso os moradores estão em choque com a situação.
“Esse bairro sempre foi tranquilo, mas a gente fica assustado. Na hora pensei em pegar o carro e ir atrás deles[ autores], mas depois achei melhor ficar prestando socorro ao menino”.
Um comerciante também afirmou que o bairro não é violento. Apesar de não conversar muito, o menino frequentava o comércio.
“Nunca teve problema de violência assim aqui no bairro. Não conhecia muito ele, mas ele sempre vinha aqui comprar refrigerante”, disse.
Um senhor disse que o problema no bairro são as drogas. “Não é nem falta de segurança porque por aqui passa policial e tudo. Isso é coisa de drogas. Essa vila é infestada de ponto de droga, tem uns 16”, afirmou.
No momento em que a reportagem estava no local, familiares faziam buscas por câmeras de segurança para identificar os autores. Abalados, eles não quiseram falar com a imprensa. Um deles apenas afirmou que pelo porte, os autores aparentam serem adolescentes. “Eles sabem que não dá nada para eles por isso fazem isso”, concluiu.
Agressão
À polícia, testemunhas relataram que ele teria sido agredido por dois homens. Uma pedra inclusive teria sido usada nas agressões. “O estado do menino era muito feio e estava saindo muito sangue. A pedra que usaram para bater nele está na rua ainda, toda cheia de sangue”, disse uma pessoa que chegou a ver a vítima no local.
“Ele não falava, provavelmente devido às lesões no maxilar”, disse a testemunha. Os agressores não foram encontrados.
Segundo a assessoria da Santa Casa, o rapaz morreu às 5h56 depois de dar entrada na unidade de saúde. Ele teve o rosto desfigurado pelo espancamento e chegou a ter dentes arrancados.
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