O guarda municipal acusado de matar espancado Cauby de Freitas Moraes, de 56 anos, no Bairro Lar do Trabalhador, na última terça-feira (11), continuará em liberdade durante as investigações da Polícia Civil. O guarda foi demitido após apuração da Comissão Disciplinar.

Conforme explicado pela delegada Marília de Brito Martins, da 7ª Delegacia de Polícia, responsável pelas investigações, o caso era tratado inicialmente como lesão corporal, já que a vítima estava viva e foi atingido por socos.

Segundo a titular da 7ª DP, não houve prisão em devido ao crime de lesão corporal estar previsto no Código Penal como crime de menor potencial ofensivo. Por isso, no dia do registro, o guarda foi ouvido e liberado.

Após a morte de Cauby, as investigações passam a ser do crime de lesão corporal seguida de morte. “Considerando que ocorreu a morte, haverá alteração do fato noticiado para lesão corporal seguida de morte, ou seja, dolo na lesão e culpa na morte. Será instaurado o inquérito policial e encaminhado à Justiça com a conclusão”, afirma.

A delegada ainda explica que “não há até o presente momento nenhuma situação fática que sustente a prisão preventiva”.

GCM foi demitido

Segundo informações passadas pela (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social), a comissão decidiu pela demissão do servidor. Cauby morreu às 19h17 depois de não resistir aos ferimentos causados pela agressão. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento do espancamento. Pelas imagens é possível ver quando o homem está caminhando na calçada e para em frente ao portão de uma casa. Ele carrega uma sacola. Momentos depois, o guarda chega em uma motocicleta e desce do veículo.

Em seguida, o agente passa a agredir o homem com socos. Ele cai no chão e parece desacordado. Logo depois, o guarda vai embora. A vítima foi socorrida em estado grave para a Santa Casa. Um familiar disse ao Jornal Midiamax que a vítima nunca fez mal a ninguém e que tem problemas com alcoolismo.

“Foi uma covardia e esperamos que não fique impune”, disse o familiar. O guarda está afastado há um ano e responde a um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar). Ele tem passagens por tráfico e furto.

Passagens e afastamento do guarda

O guarda municipal, em 2019, teve o registro de um boletim de ocorrência por tráfico de drogas e uso pessoal de entorpecente. Na ocasião, em dezembro do mesmo ano, ele estava na companhia de outro guarda municipal, quando a dupla foi parada pela Polícia Militar. 

No bolso do guarda, foi encontrada uma pedra na forma bruta de pasta base de cocaína. Na época, ele relatou que era usuário de drogas e havia comprado a cocaína. Mas, os militares acabaram encontrando apetrechos com os agentes na preparação e venda de drogas.

Já em 2022, o guarda municipal teve dois registros contra ele, por furto e ameaça. Em maio do referido ano, a diretora de uma Emei (Escola Municipal de Infantil) procurou a delegacia para registrar uma ocorrência por ameaça, já que o agente estava fazendo filmagens e a perseguindo em via pública depois que a esposa do guarda foi transferida para a unidade escolar. 

O agente chegou a fazer denúncia na Semed (Secretaria Municipal de Educação) de desvio de função. Já em setembro do mesmo ano, o agente tem uma passagem por furto. Segundo consta, ele foi filmado por câmeras de segurança de uma escola, onde estava cobrindo férias de um colega, furtando dois portões do local.