Genro que mandou matar fazendeiro por herança de esposa é pronunciado pela Justiça
Filha de fazendeiro está envolvida no crime
Thatiana Melo –
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Tiago da Rosa Marcos, genro do fazendeiro Paulo Sérgio de Freitas, de 57 anos, morto a tiros por pistoleiros, foi pronunciado pela Justiça de Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande, nesta segunda-feira (27). Filha de fazendeiro está envolvida no crime.
A Justiça pronunciou Tiago pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe que dificultou a defesa da vítima, assim como também, Leandro Marcos Cambuí. Já Thiago de Oliveira e Ruan Victor da Silva foram pronunciados por homicídio qualificado mediante promessa de recompensa.
Paulo foi morto no dia 23 de setembro de 2021, a mando da filha e do genro, conforme identificado pela polícia. Segundo a acusação, o crime foi cometido por motivo torpe e com recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima. A Polícia Civil apurou ainda que, além da morte do pai, o casal teria ordenado também a morte da mãe, que não ocorreu.
O crime foi planejado pelos problemas de relacionamento familiar, além da disputa de terras entre o casal e a vítima. O MPMS aponta que o casal vivia em uma propriedade de Paulo e exigia que ele transferisse a terra para o nome da filha. Para cometer o assassinato, o casal contratou pistoleiros, que mataram o fazendeiro com 5 tiros no rosto.
Logo após ser ferido com os disparos, ainda vivo, Paulo teria dito para a mulher que o crime só poderia ter sido cometido pelo genro.
Prisões e réus
Primo de Tiago, Leandro Marcos Cambuí, de 40 anos, foi preso nas investigações, apontado como intermediário que contratou os pistoleiros. Um homem que atuou como motorista também foi preso. O carro utilizado no dia do crime, um GM Monza, passou por reparos em Guaíra (PR). Foi identificado que quem solicitou os reparos foi um primo do genro de Paulo.
Com o apoio da Polícia Civil de Palotina (PR), os investigadores conseguiram identificar um dos pistoleiros contratados para o crime. Logo depois, os investigadores localizaram a casa onde os pistoleiros se esconderam após o homicídio do fazendeiro e identificaram o veículo utilizado para fuga.
Com isso, os policiais também conseguiram identificar o motorista responsável por auxiliar na fuga dos pistoleiros. Em 8 de outubro, foi realizada a primeira fase da Operação Indignus Heres, onde foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar em Palotina (PR).
Segundo a polícia, durante a operação, foi apurado que o genro da vítima, o primo e um dos pistoleiros mantiveram contato telefônico antes, durante e depois do homicídio. Também foi apurado que um dos pistoleiros manteve contato telefônico com o genro da vítima dois dias após o crime, segundo a polícia.
Após novos indícios, no dia 20 de outubro, foi deflagrada a segunda fase da operação, quando foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar e dois mandados de prisão temporária, em desfavor do genro da vítima e do motorista que deu fuga aos pistoleiros, na região de Maracaju dos Gaúchos, em Guaíra (PR).
Depois, os policiais descobriram que Leandro fugiu para a cidade de Joinville (SC), e, por meio do Núcleo de Regional de Inteligência de Naviraí, conseguiram localizar o suspeito. Ainda durante a investigação, com o apoio de investigadores de Palotina (PR), foi realizada a identificação do segundo pistoleiro, que foi preso na cidade e encaminhado a Naviraí.
Ainda de acordo com a polícia, outro pistoleiro contratado morreu em Palotina (PR) durante confronto com policiais militares, após ter roubado uma caminhonete Hilux. Antes do crime, o primo do genro da vítima procurou um dos pistoleiros e ofereceu R$ 20 mil para cada um pelo crime. No dia 21 de setembro, o primo do genro da vítima levou os dois pistoleiros até Naviraí.
Conforme apurado pela polícia, os pistoleiros não chegaram a receber pelo crime, sendo que o único pagamento dado até então teria sido as armas usadas e um veículo Citroen C5 que está apreendido em Palotina (PR).
Os dois rapazes presos pela execução do crime são Thiago de Oliveira Leme, de 22 anos, e Ruan Victor da Silva Lopes, de 23 anos. Todos os acusados se tornaram réus em novembro de 2021.
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