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Polícia

GCM demitido por festinha em guarita alega perseguição e processo administrativo é finalizado

Ex-servidor ainda responde por dirigir embriagado dentro de terminal
Danielle Errobidarte - Publicado em
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(Foto: Leitor Midiamax / Arquivo)

O ex-guarda municipal Ezequiel Garcia Ribolis, demitido no último dia 17, afirma que foi alvo de ‘perseguição’ por parte de seus superiores hierárquicos e que o PAD (Processo Administrativo Disciplinar) que sofreu por fazer festa em uma guarita durante serviço, em junho de 2021, foi finalizado após análise de uma comissão interna.

O PAD foi instaurado no dia 29 de junho de 2021 por “conduta incompatível, falta de lealdade e inobservância de normas legais e regulamentares, por permitir pessoas estranhas ao quadro da GCM adentrassem e permanecessem no interior do Terminal de Transbordo Guaicurus, possivelmente fazendo uso de bebida alcoólica e causando aglomeração, em descumprimento das medidas de enfrentamento à Covid-19”.

A Comissão decidiu pelo não indiciamento do guarda por estar consumindo bebida alcoólica em serviço, o que ficou provado que não ocorreu, mas sim o Termo de Indiciamento foi feito devido a ele “estar trajando uniforme incompleto, a barba por fazer e ter permitido a permanência de pessoas estranhas no local de trabalho”.

Segundo o guarda, as pessoas que foram até a guarita naquele dia seriam seus familiares, que teriam ido até o local para levar janta para ele. Por fim, a Comissão decidiu por aplicar pena de suspensão de 30 dias ao GCM, a partir do mês de julho de 2021.

A defesa de Ezequiel chegou a pedir a juntada de comprovante de escolaridade dos membros da comissão do PAD e juntada do documento de alegação de insanidade mental dele, alegando que os membros não teriam hierarquia para julgá-lo. “A presidente da comissão está em 1083º na hierarquia da GCM, enquanto eu sou o número 667”, afirma.

Em agosto de 2021, a comissão denegou os dois pedidos. O primeiro, justificando que “foi realizado análise de mérito antes de abrir o processo e que a comissão está ciente de que após a promoção, deve-se respeitar a hierarquia”. Já em relação ao segundo pedido, considerou que Ezequiel “tem feito o acompanhamento psicológico necessário junto ao Nosso Lar e todos os atestados foram homologados pelo IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande)”.

Ezequiel entrou em contato com o Jornal Midiamax, solicitando apresentar outra versão sobre o que foi apurado. Segundo ele, teria sido vítima de perseguição e alega que os objetos encontrados na sala no terminal – incluindo energético, latas de cerveja e um martelo – teriam sido colocadas por outros guardas, a fim de prejudicá-lo.

Entretanto, o PAD em referência à acusação de dirigir embriagado na contramão no terminal Aero Rancho, no dia 19 de outubro de 2021, ainda não foi finalizado. Segundo Ezequiel, a primeira audiência foi marcada para o ano que vem.

“Gerou repercussão negativa”, diz GCM

Em nota enviada ao Jornal Midiamax, a GCM, por meio do secretário municipal de segurança e defesa social, Anderson Gonzaga, informou que o ex-servidor respondeu por dois processos disciplinares na Corregedoria da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social). “O primeiro, onde foi flagrado em descumprimento às medidas sanitárias durante a pandemia, realizando festa na guarita da GCM dentro do Terminal Guaicurus, durante o serviço, onde o servidor recebeu suspensão de 30 dias devido à má conduta”, diz a nota.

Em relação ao outro PAD, a instituição afirmou que “constatou-se a incontinência pública e conduta escandalosa, causando a demissão deste servidor”. Ainda conforme a nota, “essa ocorrência gerou repercussão negativa para a instituição na imprensa. A GCM trabalha de forma legal e transparente, assim todas as ações ilegais dos servidores são apuradas pela Corregedoria”, diz.

Em relação a suposta perseguição, a GCM ainda explicou que “todas as apurações dos servidores no decorrer do processo são dadas ao direito de legítima defesa e contraditório da acusação. Assim, somente após a conclusão, são publicadas as medidas tomadas. Todos os processos estão à disposição para veracidade dos fatos, caso futuramente necessite”.

Demissão publicada no Diário Oficial

A demissão do servidor foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura e assinada pela prefeita Adriane Lopes no dia 17 de abril: “Aplicar a Pena de Demissão ao servidor EZEQUIEL GARCIA RIBOLIS, ocupante do cargo de Guarda Civil Metropolitana Segunda Classe, Referência GMC-2, Classe ‘D’, pertencente ao Quadro Permanente de Pessoal da Prefeitura Municipal de Campo Grande, lotado na Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social, com fulcro no art. 225, inciso V, por transgressão ao art. 217, incisos II, III e VI, concomitante com o artigo 233, inciso V, todos da Lei Complementar n. 190, de 22 de dezembro de 2011 (Processo n. 118184/2021-15).”

Acusação de festinha particular

Em junho de 2021, o guarda foi flagrado fazendo uma ‘festinha particular’ em uma guarita. Na madrugada do dia 20 de junho, uma equipe foi acionada por moradores da região do Terminal Guaicurus. Eles acreditavam que a guarita construída naquele local tinha sido invadida por vândalos.

No entanto, no local os guardas encontraram o colega, em local de serviço, promovendo uma festa particular com aproximadamente quatro pessoas. Foram encontrados narguilé e bebidas alcoólicas, entre cervejas e vodka.

Acusação de dirigir embriagado

Já em novembro do mesmo ano, ele acabou preso por dirigir embriagado. Ele foi detido no dia 19, por colegas de farda ao dirigir bêbado e na contramão no terminal do Aero Rancho, em Campo Grande. Ele teve de ser detido a balas de borracha pelos agentes, já que fugiu da abordagem. 

Ele estava em visível estado de embriaguez quando passou pelo terminal xingando os colegas de farda: “vão prender bandidos, seus *”. Em seguida, foi embora, mas voltou minutos depois entrando no terminal na contramão. 

O guarda acabou perseguido pelas ruas do bairro, sendo alcançado quando tentava entrar em sua residência. Ele não obedeceu à ordem de parada e um disparo de bala de borracha foi feito para contê-lo.

O agente apresentava sinais de embriaguez, mas negou o uso de bebidas alcoólicas. Ele disse aos policiais que havia tomado dois copos de ‘raizada’ para a fertilidade e a bebida contém álcool. 

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