A família de um menino de 6 anos, uma das vítimas de estupro pelo fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, entrou com pedido de indenização. O pedido se aplica ao réu e também à clínica em que ele atendia e onde os crimes aconteceram.

Conforme detalhes da ação, o menino foi diagnosticado com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade). Por isso, faz tratamento com neuropediatra, neuropsicólogo, além de psicoterapia e fonoaudiólogo.

Assim, segundo relato da família, a criança fazia tratamento com Wilson. Já em março de 2022, foram descobertos os casos de abuso, a partir da prisão em do réu na clínica.

Entre as vítimas, estava o menino de 6 anos. Com isso, o menino começou a apresentar diversas alterações comportamentais, “eis que o infeliz episódio abalou profundamente o requerente, assim como sua genitora, que se encontram extremamente fragilizados com o ocorrido”.

Por tudo isso, a criança é acompanhada por profissionais e faz uso de medicações. Até mesmo a mãe do menino teve que iniciar tratamento psiquiátrico, pelo abalo que sofreu. É pontuado também que o ambiente onde os crimes aconteceram deveria ser seguro, acolhedor e saudável.

Assim, a família pede indenização de 40 salários mínimos, aproximadamente R$ 48,5 mil. A ação foi recebida pelo Juízo da 16ª Vara Cível e deve ser realizada audiência de conciliação.

Fonoaudiólogo continua preso

Wilson já teve pedido de liberdade negado e segue preso preventivamente. Em decisão do juízo da 7ª Vara Criminal de Competência Especial foi determinado que a prisão fosse mantida para garantia da ordem pública, por conveniência da instrução processual e em razão do perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.

“O risco em análise é atual, não verificando neste momento a suficiência de outras medidas cautelares menos graves”, diz trecho da decisão. Wilson é implicado em ao menos 5 processos, que não foram juntados, pelo crime de estupro de vulnerável.

7 inquéritos contra fonoaudiólogo

Ainda conforme indicado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) na época das investigações, as vítimas eram meninos com idades entre 2 e 8 anos.

No entanto, nos interrogatórios Wilson não teria confessado nenhum crime, mas também não negou os fatos. Assim, ele permaneceu em silêncio, dizendo ainda que responderia apenas em Juízo.

Preso preventivamente, ele está detido no Presídio de Segurança da Gameleira. Natural de Manaus, Wilson chegou a em abril de 2021 e logo começou a atender.

Wilson foi indiciado por estupro de vulnerável, crime que prevê de 8 a 15 anos. O acusado conquistava a confiança das crianças e oferecia recompensas, como doces. Durante os atendimentos, quando deitava os meninos na maca, passava a mão nos órgãos íntimos das vítimas.

Em todos os inquéritos foi feito pedido de prisão preventiva do acusado.