‘Eu tenho filho’: disse Karolzinha quando foi morta a tiros, segundo testemunha no júri
Acusada de matar a tiros Karolzinha não foi a julgamento
Thatiana Melo, Mirian Machado –
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Uma das testemunhas do julgamento desta terça-feira (30), de Nayara Francine Nóbrega dos Santos, acusada de matar a tiros Carolina Leandro Souto, conhecida como ‘Karolzinha’, disse aos jurados que a vítima teria implorado para não morrer.
Vitória da Silva Martins, era amiga de Nayara na época dos fatos, e contou que no dia do crime ela e a autora tinham ido até a casa da mãe de Nayara para tomar café da manhã. A mulher morava na mesma rua de Karolzinha.
Na saída acabaram encontrando Carolina no caminho e foi aí que Nayara apontou a arma para a vítima que disse, “eu tenho filhos” e a acusada teria respondido, “eu também”. Vitória relatou que na hora até ficou surda com o barulho dos tiros.
Segundo o relato de Vitória aos jurados, a briga entre as duas teria começado quatro meses antes do crime por causa de uma roupa que Karolzinha havia emprestado para Nayara e ela não teria devolvido. “A Karol cobrava a roupa e a Nayara dizia que não estava em casa e que quando voltasse devolveria”, disse a testemunha.
Ainda segundo o depoimento de Vitória, tempos depois a Karolzinha não queria mais a roupa e começou a provocar Nayara se aproximando do ex dela. A mãe de Karolzinha, Márcia Souza, de 44 anos, esteve presente no julgamento acompanhada da irmã. Ela estava muito emotiva e disse que a filha ligava e a visitava todos os dias para levar os netos para vê-la.
“Espero que a justiça seja feita porque quem perdeu fui eu que só vejo minha filha pela foto numa placa no cemitério”, ela declarou. Márcia ainda disse que o coração de mãe está apertado e tem vivido um dia após o outro com ajuda de medicação.
“Isso é o mais difícil, esperar uma ligação dela e não ter. Os filhos chamam pela mãe e eu não sei o que dizer, digo que o papai do céu levou e eles pedem para eu pedir pra papai do céu trazer de volta”, ela afirmou.
Relembre o crime
Nayara matou Karolzinha a tiros durante discussão por desavenças anteriores. As duas se conheciam porque moravam próximas uma da outra. Em desentendimentos anteriores, as duas trocaram insultos em uma festa que frequentaram dias antes do crime.
Na companhia de uma amiga, Nayara andava pela rua quando viu Karolzinha com uma amiga em frente à sua casa sentada. Momento em que foi até o encontro da vítima e sacou uma arma de fogo que estava em sua mochila e efetuou disparos. A vítima foi socorrida, mas morreu no CRS Aero Rancho enquanto a autora fugiu.
Nayara responde por porte ilegal de arma de fogo e homicídio qualificado pelo motivo torpe e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.
A defesa da ré tentou a impronúncia e a absolvição, alegando que Nayara agiu em legítima defesa, mas o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, acabou decidindo por pronunciar a acusada pelo homicídio, qualificado por motivo torpe e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima.
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