Aparecido Lopes de Souza, de 52 anos, está sendo julgado nesta quinta-feira (9) pelo assassinato de Ronaldo Azevedo Fernandes, de 50 anos, a facadas, na noite do dia 15 de janeiro de 2023, no Jardim Aeroporto, em Campo Grande.

Aparecido ficou foragido por dois dias, escondido em uma mata, mas foi preso pelas equipes do GOI (Grupo de Operações de Investigações) e Polícia Militar, andando na Avenida Duque de Caxias.

Durante julgamento, o juiz Carlos Alberto Garcete chegou a mostrar a faca utilizada por Aparecido e imagens do ferimento na vítima. Um deles, um corte profundo no dedo, que indica que a vítima tentou se defender, porém, Aparecido nega que tenha golpeado a vítima mais de uma vez.

Em juízo, Aparecido negou que teria a intenção de matar Ronaldo e disse que apenas se defendeu de agressões. “Ele foi para me matar. Eu só me defendi”, disse. 

Aparecido contou que, naquele dia, uma ex-amante teria ido até seu serviço lhe entregar uma marmita. Em seguida, recebeu uma foto no WhatsApp, enviada por Ronaldo. Na imagem, Aparecido estava ao lado da mulher. 

Ele contou que quando foi embora para casa, foi seguido por Ronaldo, que teria iniciado as agressões e estava em posse de um facão. A polícia não encontrou nenhum facão e nenhuma testemunha afirmou ter visto a vítima em posse do facão. 

Na Avenida Pôr do Sol, eles tiveram uma briga e entraram em luta, quando Aparecido teria desarmado Ronaldo. Ele foi embora levando o facão em uma bicicleta, mas foi novamente seguido. 

Já na frente da casa de Aparecido, ele entregou o facão à vítima e iniciaram novamente uma discussão, quando o autor entrou na residência, pegou uma faca, foi em direção à vítima e desferiu golpes de faca. 

Ao juiz, Aparecido disse que deu apenas um golpe de faca na barriga da vítima, e que ela saiu andando. “Nem sabia que ele tinha morrido”, contou. Em seguida, largou a faca no chão e fugiu. 

Ronaldo andou ferido por 260 metros até chegar à casa da filha, onde morreu. 

Aparecido chegou a entrar em contradições algumas vezes durante interrogatório e alegou fazer tratamento para epilepsia no Paraná, onde mora atualmente. 

Ele negou ter qualquer desentendimento com a vítima e disse que apenas não se falavam. Aparecido era casado há 21 anos com a sogra de Ronaldo e, segundo ele, desde que se conheceram um não gostava do outro e por isso não conversavam. “Ele era racista e não queria que eu ficasse com a sogra dele”, disse.

Na denúncia do Ministério Público consta que a filha de Ronaldo viu Aparecido com a amante na praça e avisou o pai e a mãe. Ronaldo então foi até o local para fazer fotos e vídeo para mostrar para a sogra, quando aconteceu o crime. 

Aparecido contou que teve um relacionamento extraconjugal, mas que na época do crime já havia acabado.

Ele responde por homicídio doloso simples. 

Autor do assassinato preso – Foto: Henrique Arakaki/Midiamax