Cochilo em viatura e frieza: policial relata como mãe e padrasto lidaram com morte de Sophia

Investigador foi ouvido em primeira audiência sobre o caso

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Audiência realizada nesta segunda-feira. (Foto: Fabio Oruê / Midiamax)

Durante depoimento na primeira audiência sobre o caso da morte da menina Sophia, o investigador de polícia que atendeu o caso disse ao juiz Carlos Alberto Garcette que médicos e trabalhadores da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que a menina foi atendida antes de morrer disseram a ele que a mãe da criança de dois anos “não mostrou sentimento nenhum pela criança”.

Conforme o policial, outros sinais demonstraram a frieza da mulher e do companheiro, que foram acusados por homicídio. Segundo as médicas da unidade de saúde, a mãe de Sophia entrou calma pela emergência e só demonstrou nervosismo após ser avisada de que a polícia seria acionada.

Também, o padrasto da criança chegou a cochilar dentro da viatura, quando foi pego pelos policiais e levado até a UPA.

Por fim, o policial contou que, informalmente, a dupla teria dito que planejou mentir que a menina tinha se machucado no escorregador no dia da morte.

Ex-mulher relata perfil violento do padrasto de Sophia

Também foi ouvida a ex-mulher do padrasto de Sophia, que reforçou o perfil violento do acusado. Ela foi casada há quase 3 anos com o homem e afirmou que ele sempre foi agressivo com o filho deles, inclusive com ela.

Ela afirma ter presenciado o ex e a atual companheira batendo em Sophia. “Quando ele começa a bater não para. Não era só tapa, ele batia para machucar”, afirmou diante do juiz.

Pedido de liberdade

O advogado Renato Cavalcante Franco, responsável pela defesa do padrasto, fez o pedido de liberdade para seu cliente ao juiz durante a audiência. O motivo seria a segurança do acusado, que estaria sofrendo ameaças no presídio onde se encontra detido até o julgamento.

Avô da criança e pai foram ouvidos

Uma das cinco testemunhas da primeira audiência da morte de Sophia Ocampo, que ocorreu na tarde desta segunda-feira (17), disse que nunca imaginou que a filha fosse capaz de matar a menina, além de ter ficado sabendo da morte dela pelas redes sociais.

O avô de Sophia, e pai da ré, confirmou que não tinha muito diálogo com a filha e que, apesar de estar separado da ex-esposa, ajudava a filha como podia. Apesar disso, ele afirmou que a filha reclamava dos pais devido à ausência deles. “Sempre tive um bom relacionamento com os dois, e ele tentava me aproximar dela”, disse em referência ao ex-genro.

O pai de Sophia pediu para prestar depoimento, como testemunha, longe da ré.

Ele relatou que se separou da acusada quando a Sophia tinha dois meses de idade e, naquela época, a ex teria o proibido de ver a filha.

“Os hematomas começaram quando a Sophia tinha menos de um ano. Cerca de quatro meses antes da morte ela tinha comportamentos estranhos”, disse. Ele chegou a registrar dois boletins de ocorrência na Depca (Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente), e tentar a guarda, mas confessou não ter dado andamento no pedido.

Familiares com faixa

Familiares de Sophia ficaram em frente ao Fórum, no cruzamento das ruas Da Paz com 25 de dezembro, com faixa onde lê-se o artigo 227 da Constituição Federal. “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à conveniência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”, diz a faixa.

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