Dos sete presos na Operação Sucessione, cinco vão passar a noite desta terça-feira (5) no Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros). Nesta tarde, eles realizaram exame de corpo de delito.

O número de presos no Garras aumentou para cinco após a chegada de um prisioneiro de Ponta Porã. Ele chegou por volta das 13h em Campo Grande e às 14h os cinco presos foram encaminhados para realizar exame de corpo de delito.

Eles retornaram às 14h45 para o Garras. Quatro assessores do deputado estadual Neno Razuk foram presos durante a operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta terça-feira (5).

O major aposentado da Polícia Militar, Gilberto Luiz dos Santos, e um sargento estão entre os presos. No entanto, eles estão presos no presídio militar.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, eles não devem prestar depoimento nesta terça-feira (5). A expectativa é de que sejam ouvidos a partir da quarta-feira (6).

Operação

As investigações que deram origem a operação Sucessione contra o jogo do bicho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã desta terça-feira (5), em Campo Grande, descobriram que a organização criminosa estava inserida nos órgãos de segurança pública de Mato Grosso do Sul. Investigação confirmou denúncia de servidores que vincularam ‘guerra do jogo do bicho’ com contravenção na Sejusp, conforme antecipou o Midiamax em reportagem no mês de outubro.

A operação cumpriu 10 mandados de prisão temporária e 13 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Ponta Porã. O deputado Neno Razuk (PL) foi alvo da operação que cumpriu contra ela um mandado de busca e apreensão. Quatro assessores do deputado foram presos

O empresário José Eduardo Abdulahad foi alvo de mandado de prisão nesta terça-feira (5). Ele não foi encontrado até o momento e poderá ter o próprio filho como advogado de defesa. Rhiad Abdulahad já atua na defesa do deputado estadual e assessores parlamentares.

Segundo as investigações, a organização criminosa era responsável por diversos roubos praticados em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande, na disputa pelo monopólio do jogo do bicho local.

As investigações constataram, ainda, que a organização criminosa tem ‘grave penetração’ nos órgãos de segurança pública e conta com policiais para o desempenho de suas atividades, revelando-se, portanto, dotada de especial periculosidade.

Jornal Midiamax entrou em contato com a Sejusp para posicionamento após as conclusões do Gaeco, mas não houve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Jogo do bicho na Sejusp

Segundo denúncia de servidores, a disputa pela jogatina expõe os laços da contravenção na Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). Além do envolvimento direto de servidores públicos supostamente cooptados para atuar em favor do crime organizado, pressão política e até ameaças estariam por trás da mobilização dos grupos que disputam o mercado milionário do jogo do bicho campo-grandense.

Após a apreensão de 700 máquinas eletrônicas usadas pelo jogo do bicho em uma casa no Bairro Monte Castelo, a Sejusp teria se tornado foco da medição de forças entre os grupos que estavam tocando o jogo do bicho descentralizado em Campo Grande e um grupo que tem se anunciado como ‘novos donos do negócio’.

Em outubro deste ano, servidores relataram ao Jornal Midiamax supostas reuniões tensas e os corredores da Sejusp foram tomados por rumores de ‘pedidos’ para ‘cuidar das investigações’.