O número de ocorrências de incêndio em residências teve queda de 23% entre 2021 e 2022 em Campo Grande. Conforme dados do Corpo de Bombeiros, o total de atendimentos a este tipo de caso caiu de 78 para 60 no ano passado, uma média de 5 casos por mês.

Conforme dados estatísticos do Corpo de Bombeiros nesses dois anos, só em julho de 2022 não houve ocorrência de incêndio em residência. Em todos os outros meses foi ao menos um caso, sendo dezembro de 2021 o que teve maior registro dos dois anos, com 16 atendimentos.

Sem padrão constatado nos períodos, a partir dos atendimentos, o Midiamax conversou com o capitão Tracz, que esclareceu as principais causas dos incêndios e também deu dicas.

Conforme o militar, na maioria dos casos os incêndios são causados por curtos-circuitos. Muitas vezes porque vários eletrodomésticos são ligados na mesma tomada. Mas também por falta de manutenção nesses aparelhos.

Como exemplo, o capitão cita os ventiladores de chão, que os donos não fazem uma limpeza e manutenção no motor. Isso pode acabar acarretando um curto. “Muitos incêndios são causados também por fatores que as pessoas não dão atenção. São os carregadores de celular ‘pirata’”, ressaltou. Esses carregadores ainda costumam ser usados nas tomadas ao lado das camas.

Outro fator que pode resultar nos incêndios é a falta de cuidado com os botijões de gás. “O botijão tem que ficar do lado de fora, em ambiente ventilado”, afirmou. Ainda conforme o bombeiro, em caso de acidente com botijão dentro de casa, a mangueira que é de borracha pode derreter e o fogo se alastrar rapidamente. “Em caso de incêndio, acione Corpo de Bombeiros e depois tente agir”, alerta.

Conforme o militar, muitas pessoas tentam apagar o fogo e ligam para os bombeiros somente depois que não conseguem. “Tem o tempo de equipagem dos militares, de deslocamento, então nossa orientação é primeiro ligar para os bombeiros [caso] se deparar com a situação de incêndio”.

Caso o fogo se alastre, a pessoa deve deixar os cômodos fechados, se possível. “Não deixe janelas e portas abertas para não alimentar o fogo, que continua se alastrando”, orientou.

Incêndios em Campo Grande

Fogo começou na parte elétrica do forro – Foto: Ana Oshiro/Midiamax

No dia 14 de fevereiro deste ano, oficina foi tomada por um incêndio que começou na parte elétrica, no forro. O fogo destruiu o forro e se espalhou.

Primo do proprietário tentou apagar as chamas e sofreu queimaduras, sendo socorrido pelos bombeiros. Ele também inalou fumaça, segundo os militares.

Em setembro de 2022, o Midiamax contou o caso de uma família que perdeu todos os pertences na residência em um incêndio no Danúbio Azul.

“Acordei e estava pegando fogo, não deu tempo de salvar muita coisa, apenas chamar os bombeiros. Não sabemos como começou, talvez uma fiação”, contou o jovem de 23 anos. A família acabou perdendo vários pertences por causa do incêndio.

Já outro caso marcante aconteceu em março de 2022, no Centro de Campo Grande. Na ocasião, incêndio tomou conta de um apartamento no 6º andar, enquanto o morador de 74 dormia. Ele foi socorrido em estado grave, por um bombeiro que estava de folga.

A suspeita na época era de que o incêndio teria começado no ar-condicionado. Como a porta de incêndio do corredor ficou aberta, a fumaça acabou se espalhando pelo prédio.