CAC é flagrado com arsenal e zootecnista presa no Damha em ação contra o tráfico em Campo Grande

Integrantes de rede de tráfico tinham mais de 600 munições e até mira holográfica

Thatiana Melo – 09/03/2023 – 06:26

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(Divulgação Gaeco)

Um comerciante que tinha registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) foi flagrado com um arsenal e uma zootecnista, de 42 anos, foi presa durante a Operação Traquetos, deflagrada pelo Gaeco, em Campo Grande, nesta quarta-feira (8). A ação teve como alvo desarticular quadrilha de tráfico de drogas que contava com rede de batedores e pontos de apoio em várias cidades de Mato Grosso do Sul.

O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande e cumprido na residência da zootecnista, localizada no condomínio de luxo Damha. Na casa, os policiais localizaram 15 munições de calibre .20, além de uma luneta e um bipé, acessórios usados em armas de fogo. 

Para os policiais, ela disse que não sabia sobre as munições e os acessórios. A mulher foi levada para a delegacia.

Comerciante era CAC

Em outro endereço, na Avenida Guaicurus, o alvo foi um comerciante com registro de CAC. Lá foram cumpridos mandados de busca e apreensão, tanto na casa como na oficina mecânica do homem.

Foram encontradas cerca de 627 munições de diversos calibres, além de uma pistola, três carregadores, uma espingarda, uma carabina, uma mira holográfica e uma luneta. As buscas foram acompanhadas por promotor do Gaeco. 

Ainda segundo informações, as munições de calibre .40 e 9mm tinham indícios de ilegalidades. 

Um terceiro alvo da ação do Gaeco foi uma mulher de 25 anos, presa na Vila Piratininga. Ela era o alvo da operação e contra a jovem havia um mandado de prisão expedido pela 4ª Vara Criminal. 

Líderes usavam carros de luxo

Os líderes da organização criminosa ficavam responsáveis pela gestão da atividade, contando tanto com apoiadores, muitos dos quais aceitavam movimentar o dinheiro oriundo da traficância, em transações que, apesar de pulverizadas, alcançavam considerável valor financeiro.

Os líderes ostentavam alto poder aquisitivo e costumavam transitar em veículos de luxo. Por sua vez, os “gerentes” participavam da negociação da droga (aquisição e venda) e até do transporte, sendo próximos dos líderes, que acabavam muitas vezes não tendo contato direto com a substância entorpecente.

Já os “batedores e transportadores” serviam para efetivar o transporte do entorpecente (como regra, maconha), tanto dentro como fora de Mato Grosso do Sul. Por fim, os “guarda-roupas” atuavam como armazenadores da droga na cidade de Campo Grande, até que saísse com destino a outros estados da Federação.

Equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais), do Batalhão de Choque da Polícia Militar e da GISP (Gerência de Inteligência Penitenciária) prestaram apoio operacional ao Gaeco.

Traquetos

O nome da operação faz alusão à “cultura traqueta”, que é composta por hábitos, termos e símbolos que foram criados nos primeiros anos dos cartéis de drogas de Medellín e Cali. Na Colômbia, os narcotraficantes à moda antiga são conhecidos como “traquetos”.

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