Migração de usuários de drogas tira o sono e traz insegurança para comerciantes do Centro
Instalação de base móvel da GCM na antiga rodoviária fez usuários de drogas se aglomerarem no Centro
Mirian Machado –
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Usuários de drogas e moradores em situação de rua estão em vários pontos da cidade, mas o aumento significativo desse grupo no Centro de Campo Grande tem tirado o sono de moradores e comerciantes da região, que vivem na insegurança e sempre em alerta. Os usuários que antes se aglomeravam na região da antiga rodoviária agora estão em outros pontos mais movimentados do coração comercial da Capital.
É o caso de uma autoescola no Centro. O proprietário, Valdir Ferreira de Almeida, explicou que além de funcionários, os próprios alunos ficam com medo. Eles chegam por volta das 5h40 e todos os dias se deparam com o portão da empresa lotado de usuários de drogas, muitos deles, agressivos.
Para ele, o que ocasionou o aumento desse grupo ali próximo à Avenida Calógeras foi a instalação da base móvel da GCM (Guarda Civil Metropolitana) na antiga rodoviária. Essa base fez uma espécie de ‘limpa’ e retirou os moradores de rua e usuários ali em volta.
“Lá ficou limpo, lindo, mas só empurraram o problema. Eu sei que é um problema de saúde pública e que é difícil conter, mas não posso ficar refém. Alguém tem que fazer alguma coisa para tirar eles dali. A polícia vira e mexe passa, mas é como ‘enxugar gelo’, não resolve o problema”, lamentou Valdir.
Ele lembrou ainda que já teve episódios de assaltos dos próprios alunos pela manhã, um deles perdeu uma bicicleta.
“Se continuar assim, Campo Grande vai se tornar igual São Paulo, na cracolândia. Quanto menor o problema, mais fácil de resolver”, afirma.
Ele explicou ainda que está abarrotado de aulas marcadas e que tem pensado em alternativas, como, por exemplo, até mudar o local de prova porque não tem como desmarcar para que os alunos se sintam mais seguros. Isso porque os usuários acabam atrapalhando a saída dos veículos da autoescola da garagem.
Outro comerciante, com um estacionamento na região e, por medo, não quis se identificar, conta que já presenciou assaltos e até brigas e esfaqueamentos entre eles. “Eu fico com medo. Meu horário de fechar são às 18h30, mas 17h eu já fecho e cuido só os carros que saem. Não dá para descuidar”, diz.
Ele relembra que notou aumento dos usuários na Avenida Calógeras e também nos trilhos onde ficavam os vagões de lanche, depois da instalação da base móvel da GCM.
“Tinha que colocar pelo menos uma viatura aqui na esquina também”, pediu.
Equipe da Guarda foi flagrada durante uma abordagem e rondas na região na manhã desta quinta-feira (26), na região da praça na Rua Barão do Rio Branco e nos trilhos.
O Jornal Midiamax vem mostrando a situação na região desde o início do mês.
Apesar do pedido ser de retirada dos usuários do local, o porte de drogas, que é crime, conforme o artigo 28 da Lei 11.343/2006, não prevê prisão, mas há outras penas, como advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à comunidade e medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Já quando constatado o tráfico de drogas, que consiste na venda, produção, armazenamento, entrega ou fornecimento, a pena é de 5 a 15 anos de reclusão e pagamento de multa de 500 a 1500 dias-multa.
A reportagem entrou em contato com a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) que cuida dos atendimentos também de moradores em situação rua e usuários de drogas, e aguarda retorno.
Recém-inaugurada, base móvel da GCM atua 24 horas na região da antiga rodoviária da Capital
A GCM, por sua vez, informou que a base móvel, recém-inaugurada no Amambai, funciona 24 horas por dia, com uma equipe sempre de prontidão para atender a população em geral.
“Ao redor da rodoviária realmente há uma melhora visível. Contudo, a permanência da GCM no local, ao mesmo tempo que evita usuários, faz com que eles procurem outros locais”, pontua a instituição.
Para reforçar a segurança dos moradores e comerciantes, cerca de 18 guardas e 12 viaturas atuam na base.
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