Após dois anos, morte de adolescente em freezer segue sem causa 100% confirmada

“A gente se consola por saber que ele era um guri tranquilo e que a morte é para todos e inevitável”, diz primo de José

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José foi encontrado morto na casa da avó (Foto: Leonardo França/Midiamax)

Na última quarta-feira, dia 11 de janeiro, a morte do adolescente de 15 anos, José Eduardo Alvez Gonçalves Rosa, completou dois anos, e até hoje a família não conseguiu confirmar 100% qual foi a causa da morte.

Encontrado sem vida em 2021, só de cuecas e sentado, José estava dentro de um freezer já desligado, na casa da avó, na Vila Adelina, em Campo Grande. Após meses de investigação, a polícia descartou qualquer tipo de crime.

“Nunca descobrimos do que ele realmente morreu, a gente acha até hoje que ele teve mal súbito, um infarto, algo assim. O José era um guri tranquilo, não tinha briga com ninguém”, desabafa Carlos Magno Gonçalves Rodrigues, primo do adolescente.

De acordo com ele, a morte de José segue indefinida, mas a família superou e com fé em Deus estão bem após os dois anos da tragédia. “Graças a Deus somos uma família com fé muito grande, sabemos que do jeito que viemos, vamos ter que voltar. A morte é para todos, é inevitável. Hoje tá todo mundo bem”, diz Carlos em entrevista por telefone.

Freezer estava nos fundos da residência (Henrique Arakaki/Midiamax)

Mesmo depois do neto ser encontrado morto no quintal de casa, a avó de José permanece morando no local. Familiares tentaram tirar ela da casa, mas a idosa se recusa e diz que ali é o cantinho dela. Já o freezer foi lavado, higienizado e vendido, para evitar as lembranças ruins.

“Apesar de ficar a dúvida do que aconteceu, sabemos e aceitamos que foi uma morte por algum problema de saúde. Não sabemos se ele tinha alguma doença, mas ele sempre sentiu muito calor, suava muito. Minha tia é enfermeira e também acredita que ele faleceu de um mal súbito. Quando algo é pra acontecer, acontece”, finalizou o primo de José.

Investigação

O caso começou a ser investigado pela 5ª Delegacia de Polícia Civil, mas por envolver um menor de idade como vítima, foi transferido para a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Na época, a família chegou a desconfiar de um crime e que José teria sido forçado a entrar no freezer. Um vídeo revelou um homem entrando e saindo da casa, mas durante as investigações foi esclarecido que era um primo da vítima e não teve relação com a morte do adolescente.

O laudo necroscópico demorou para sair, mas quando foi divulgado apontou a causa da morte como “indeterminada”. As evidências, depoimentos, provas e outros laudos da investigação não apontaram para um crime.

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