Dona de creche e funcionária são presas por agredir e dopar bebês para eles não chorarem em MS
Conforme a polícia, as mulheres queriam passar o tempo assistindo TV e mexendo no celular
Mirian Machado –
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Policiais da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Naviraí prenderam duas mulheres, uma de 30 anos, proprietária de uma creche, e uma funcionária, de 26 anos, por agredir e dopar bebês e crianças por chorarem, enquanto as mulheres queriam assistir TV.
A polícia ficou sabendo do caso após uma criança contar que presenciou a dona do local agredir as crianças e bebês batendo suas cabeças contra sofá, colocando pano na boca de uma delas, para que a autora pudesse assistir televisão. Em outros casos, dava remédios para as crianças dormirem, quando estavam chorando. O caso configura os delitos de tortura qualificada e exposição da vida e saúde a risco, além de maus-tratos.
Durante diligências foram feitas medidas de interceptação/captação ambiental na creche e instaladas pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil, monitoramento por áudio e vídeo. Através do monitoramento, policiais constataram que um bebê, de 11 meses foi agredido pela mulher às 11h.
A criança estava em um colchão no chão, sozinha e havia saído do travesseiro que estava. A mulher brutalmente tirou a criança do colchão e a jogou no mesmo lugar. Em seguida, a bebê voltou a chorar, momento em que a suspeita novamente a pegou e jogou no colchão, além de dar alguns tapas no corpo da bebê, nitidamente como castigo em virtude do choro. A mulher ainda chamava a bebê de ‘sem vergonha’ e dizia que quando a criança começasse a andar estavam lascadas.
Como as imagens visualizadas pela polícia era vista em tempo real, uma equipe se deslocou até a creche enquanto outra permanecia fiscalizando pelo monitoramento.
Na creche, os investigadores estranharam o fato da bebê não se levantar do colchão e ficar no local por horas, sem se arrastar, engatinhar ou andar, aparentando estar sob efeito de algum medicamento.
A equipe que analisava as imagens notou que uma funcionária, de 26 anos, deu algum remédio a mesma bebê, que dormiu por horas. Nesse tempo, a proprietária e a funcionária ficaram por muito tempo sentadas, mexendo no celular, sem olhar para as crianças que estavam lá.
Outras crianças estavam na creche e foram alimentadas pela equipe policial, pois estavam com fome. A perícia foi acionada e apreendeu o medicamento utilizado pelas cuidadoras. O remédio era utilizado para tratamento de sintomas de enjoo, tontura e vômitos, podendo causar sonolência, havendo a descrição de proibição na embalagem e na bula quanto ao uso por crianças menores de 02 anos.
O Conselho Tutelar foi acionado e as crianças entregues aos responsáveis.
A bebê de 11 meses fez exame de corpo de delito, onde foi constatado pela perícia médica que ela apresentava edema em região malar esquerda e lesão bolhosa no pé esquerdo. Ainda segundo a polícia, a bebê teve sofrimento mental, já que era xingada e menosprezada pela cuidadora, que após torturá-la a deixava chorando sozinha.
A dona da creche foi presa pelos crimes de tortura qualificada e exposição da saúde de outrem a perigo. A funcionária vai responder por exposição da saúde de outrem a perigo.
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