Presa com revólver em operação contra o PCC já foi detida em ação da Polícia Federal

Ela foi acusada de receber dinheiro da facção em agosto de 2020

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Mandados foram cumpridos em cidades de MS (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

Detida em flagrante na manhã desta segunda-feira (18) durante a Operação Sintonia, contra integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), já foi presa em outra ocasião, em ação da Polícia Federal. A mulher de 27 anos tinha em casa, no Jardim Centro Oeste, uma arma de fogo escondida no armário.

Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a suspeita também foi detida em flagrante, naquele dia 31 de agosto de 2020 — dia em que se comemora o ‘aniversário’ da facção. A Operação Caixa Forte 2, da Polícia Federal, levou ao menos 8 mulheres presas em Campo Grande. A ação cumpriu mais de 400 mandados de prisão.

Na casa da suspeita, foi cumprido um mandado de busca e apreensão, que terminou com a prisão em flagrante após ser encontrada uma espingarda. A mulher revelou no interrogatório que visitava o marido, que estava preso na Gameleira, constantemente, e que ela e outra mulher seriam responsáveis pelas “correspondências” de vários presos.

Operação Sintonia cumpre mandados contra o PCC
Mulheres foram presas na ação da PF (Foto: Henrique Arakaki)

A Polícia Federal identificou o recebimento de dois depósitos de R$ 1,5 mil na conta da mulher, que seriam do PCC, para o marido da acusada, que estava preso. Ela acabou liberada provisoriamente em audiência de custódia.

Operação Sintonia

É realizada nesta segunda-feira (18) a Operação Sintonia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). São cumpridos 67 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande, Dourados, Amambai, Bela Vista, Corguinho, Maracaju, Naviraí, Nova Andradina e Rochedo.

Durante as investigações contra o PCC, foi identificado que, mesmo de dentro dos presídios, os faccionados mantinham contato com membros do lado de fora, com uso de celulares. Estes eram responsáveis por autorizarem, gerenciarem e coordenarem a prática de crimes como tráfico de drogas, porte de arma, roubo, sequestro e homicídios em Mato Grosso do Sul.

O Gaeco ainda identificou crimes relacionados à estrutura financeira do PCC, da movimentação criminosa da facção para angariar dinheiro ilícito, bem como punir e manter a disciplina dos faccionados que não seguiam as “diretrizes” da organização criminosa. Ou seja, aqueles que não pagassem as dívidas com o tráfico de drogas ou a arrecadação das ‘rifas’, mensalidades pagas pelos integrantes do PCC.

Sintonia dos Gravatas

Esta é a segunda operação do Gaeco contra o PCC em menos de um mês. Na última, a Operação Courrier, os alvos foram advogados que estariam atuando para a facção criminosa, conforme apontado na denúncia. Naquele dia 25 de março, quatro advogados foram presos, acusados de envolvimento com o PCC.

Ao menos 15 ‘gravatas’ foram identificados durante as investigações do Gaeco. Conforme o relatório de investigação, com pedido de prisões, os advogados são suspeitos de integrarem a facção criminosa repassando recados entre os membros que estão presos. Este foi o relato do advogado Bruno Ghizzi, em uma espécie de delação à Polícia Civil.

Entre os nomes que aparecem nas investigações, está o de um advogado de São Paulo, que segundo o Gaeco atua na defesa do líder da facção criminosa, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Servidores da Defensoria Pública e um do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) também foram alvos da operação.

Já entre os integrantes da facção que estão presos, foram apontados 5 como lideranças do PCC, que mantinham contato direto com os advogados investigados.

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