Nesta sexta-feira (30), a Polícia Federal se pronunciou sobre os agentes que foram retidos em uma aldeia indígena de Coronel Sapucaia, a 396 quilômetros de Campo Grande, na quinta-feira (29). Imagens mostram os policiais uniformizados na aldeia, onde teriam ido para fazerem um sobrevoo com drone.

Conforme nota divulgada pela Polícia Federal, os policiais foram recebidos de forma amistosa e receptiva num primeiro momento. Houve um diálogo pacífico entre servidores e os indígenas, quando os policiais informaram que fariam um sobrevoo no local.

Após colherem as informações necessárias e com a captação das imagens por drone, um outro grupo de índios teria chegado ao local. Estes, não receptivos, teriam cercado os agentes de forma agressiva, iniciando um tumulto.

Os índios afirmavam que a equipe não era da Polícia Federal. No entanto, os agentes estavam identificados com uniformes e as carteiras funcionais, além da viatura com o emblema da corporação. Eles também portavam as armas de forma não aparente.

Foram aproximadamente três horas até que os agentes fossem liberados, após negociação.

O que disse o Cimi sobre o ocorrido na aldeia

Conforme relatado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), os dois policiais estariam armados e sem identificação em uma camionete Hilux. Então, os índios teriam achado que seriam pistoleiros contratados por fazendeiros, ‘jagunços’.

Ainda foi afirmado que eles não tinham identificação. Conforme o Cimi, foram alertadas DPU (Defensorias Públicas da União) e do DPE (Estado), a Funai (Fundação Nacional do Índio), o MPF (Ministério Público Federal) e a própria PF.

Os indígenas também relatam que, enquanto a caminhonete rondava a retomada, um drone sobrevoava a comunidade. Quando a confusão foi desfeita e as autoridades confirmaram que os dois homens eram, de fato, agentes policiais, ambos foram liberados pela comunidade Guarani Kaiowá – que, no entanto, teme represálias e criminalização.

“Tínhamos certeza de que eram pistoleiros ou fazendeiros. Chegando assim armados, invadindo o território sem diálogo, sem nada, só podia ser um ataque. Foi por isso que prendemos e logo após prender chamamos as autoridades para pegá-los. Na nossa mente, um policial jamais agiria assim, com armas e rondando”, explica uma das lideranças do tekoha, não identificada por razões de segurança. (Informações do Cimi)