MPMS pede que acusados da morte de casal em ‘micro-ondas’ vão a júri popular

MP requereu a pronúncia dos acusados pelo crime

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(Reprodução)

O MPMS (Ministério Público Estadual) em suas alegações finais pediu para que os acusados da morte do casal, Priscila Gonçalves Alves e Pedro Vilha Alta, que foram esquartejados e queimados, em agosto de 2021, vão a júri popular.

O ministério pede pela pronúncia dos acusados para ser reconhecido que há elementos suficientes para que vão a júri. Nas alegações finais, o MPMS discorre que, “restaram suficientemente demonstrados a materialidade e os indícios de autoria acusados, e impõe-se ao presente caso a decisão de pronúncia, para que os acusados sejam julgados em plenário, de modo que a matéria seja submetida à apreciação do Conselho de Sentença”.

Os acusados que estão presos são Ana Carla Pereira, Grasieli Félix Ferreira e Alexandre de Oliveira Gimenes, conhecido como ‘Acreano’.

Em março deste ano, eles foram denunciados pelo crime: ‘Brutalidade incomum, sofrimento desnecessário’, assim foi descrita a morte do casal, que teve os corpos esquartejados e queimados para dificultar a identificação e investigação pela polícia.

‘Brutalidade incomum’

Na denúncia, o MPMS relata a ‘brutalidade incomum’ dos autores do crime contra as vítimas, submetidas a um sofrimento desnecessário durante a tortura e morte. É relatado que houve práticas de ações violentas que antecederam a morte com esquartejamento e carbonização dos corpos.

A prisão dos acusados

Quando presa em Ribas do Rio Pardo, no primeiro momento em depoimento gravado pelo delegado Carlos Delano, da DEH (Delegacia de Repressão aos Crimes de Homicídios), Grasiele negou ter participado do crime e disse que não sabia como o casal tinha sido assassinado, e que apenas sabia que seu namorado ‘Acreano’ estava envolvido. Ainda chegou a dizer que só foi embora de Campo Grande após ser ameaçada por Alexandre, que afirmava que mataria seu filho caso ela não fosse embora com ele.

Mas, já na Capital em um segundo depoimento, na DEH, revelou como se deram os fatos, dizendo que ajudou Ana Carla na morte de Priscila e que ‘Acreano’ foi quem matou Pedro. Os dois teriam sido contratados pelo valor de R$ 5 mil para fazer o ‘serviço’ para Ana Carla e seu marido, o adolescente de 17 anos, depois do casal ter a casa invadida várias vezes por Pedro e Priscila que furtavam seus objetos para trocar por drogas. Grasiele relatou que Ana Carla ficou por três semanas insistindo para que ela fizesse o ‘serviço’, mas ela sempre recusava. Ana chegou a dizer que o ‘dinheirinho’ ajudaria ela a ‘levantar’ seu barraco.

Foi armada uma ‘casinha’ para as vítimas que foram atraídas até a residência de ‘Acreano’ no dia do crime. Já na casa, Grasiele e Ana Carla ficaram com Priscila, que teve os braços segurados por Grasiele e foi agredida por Ana, que depois passou um fio em volta de seu pescoço e passou a asfixiá-la até a sua morte. Mesmo após morta, Priscila teve o corpo espancado com tapas e socos, enquanto Ana dizia: “isso é para você aprender a não roubar”.

Já Pedro foi levado para fora da casa por ‘Acreano’, que momentos depois voltou com o rosto sujo de sangue. Enquanto o casal era assassinado, vizinhos, no dia seguinte, relataram barulhos de fogos e gritaria durante a madrugada. Os corpos foram levados do local em uma motocicleta, já que Alexandre não conseguiu nenhum carro emprestado para fazer o transporte. Eles já estavam com partes dos corpos esquartejados colocadas em sacos pretos e que depois foram desovadas às margens da BR-163. 

Desaparecimento e ‘micro-ondas’

O casal desapareceu por volta das 2 horas da madrugada do dia 15 de agosto, quando saiu de casa jogando as chaves por debaixo da porta. No registro da ocorrência por desaparecimento, familiares informaram que eles eram dependentes químicos e que tinham problemas com traficantes da região, que não gostavam deles, mas que não estariam envolvidos com facção criminosa.

Ainda segundo o registro, o casal não trabalhava e recebia ajuda do governo. Pedro usava tornozeleira eletrônica. Mesmo afirmando que não sabiam de participação dos dois com facções, familiares disseram que eles poderiam ter se envolvido de alguma forma com facções criminosas. O casal deixou duas filhas.

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