MPMS denuncia Adailton pela morte, tortura e cárcere de Francielle em Campo Grande
Adailton confirmou em depoimento que torturou a esposa por uma suposta traição
Arquivo –
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O MPMS (Ministério Público Estadual) denunciou, no último dia 15 deste mês, Adailton Freixeira pela morte, tortura e cárcere privado de Francielle Guimarães Alcântara, de 36 anos. Ela teve parte da pele das nádegas arrancada em uma das muitas sessões de tortura cometidas por Adailton.
Adailton foi denunciado nos artigos 121, § 2º, incisos I, III, IV e VI, §2º-A, inciso I, do Código Penal, artigo 148, § 1º, incisos I e III, do Código Penal e artigo 1º, inciso I, alínea “a”, da Lei9455/97, observando-se ainda as disposições do artigo 69 do Código Penal.
O ministério público também denunciou Maria Margarete da Silva por ter ajudado Adailton Freixeira da Silva a fugir, além de comunicar a polícia que havia ocorrido uma ‘morte natural’ sabendo que havia ocorrido um homicídio, além de abrigar em sua residência a motocicleta utilizada por Adailton para fugir do local do crime, antes de fugir para Cuiabá, no Mato Grosso.
Sessões de tortura
Adailton não negou as sessões de tortura e disse que teria cometido os atos por uma suposta traição da mulher, que mal saía de casa, fato que repete reiteradas vezes em depoimento, na tentativa de encontrar justificativas para os atos cruéis cometidos. O homem contou que a tortura começou com os cortes de cabelo que fez em Francielle, sendo que em uma das vezes chamou um barbeiro para ‘acertar’ o cabelo da vítima pagando R$ 20.
O soldador detalhou que em uma das sessões de tortura à Francielle, ele chegou a esfaqueá-la no tórax, causando uma ferida de 7 a 10 centímetros, além de fazer cortes nas costas da vítima e perfurar a sua costela com uma faca de serra. Adailton ainda teria ameaçado cortar as partes íntimas da esposa, caso ela continuasse a ‘mentir’ para ele.
Tortura e crueldade
Sobre as nádegas de Francielle estarem sem peles, Adailton disse que os machucados eram devido a quedas que a mulher havia sofrido. Ele ainda afirmou que o local havia infeccionado e ela que teria pedido para ele passar uma navalha para retirada de pus. O soldador disse que após fazer o procedimento com a gilete, jogou água oxigenada nas nádegas de Francielle ‘que parecia não sentir dor’.
Adailton ainda teria batido por oito vezes com a perna de uma cadeira nas nádegas machucadas de Francielle. Sem detalhar o motivo, Adailton confessou que bateu novamente na mulher após ela retornar da casa da irmã em dezembro, onde passou três dias. Ele teria dado chutes na barriga de Francielle na ocasião. Sobre os dentes quebrados de Francielle, Adailton afirmou que foram quebrados quando ela caiu no chão, e que a própria esposa teria terminado de arrancá-los com um alicate de unha.
No dia da morte de Francielle, ele contou que ainda tentou reanimar a esposa. Quando não conseguiu, pediu para que o filho de 17 anos acionasse o Samu, mas nega ter dito ao adolescente que teria visto Francielle tomar remédios. Ele fugiu logo em seguida, indo para a rodoviária de Campo Grande e pegando um ônibus indo direto para Cuiabá.
Denúncia de vizinhos
No dia 16 de dezembro de 2021, vizinhos ligaram por duas vezes para a polícia relatando que Francielle estava sendo agredida pelo marido. Na primeira ida dos militares à residência, ele disse que não estava ocorrendo nada. Mas, momentos depois um novo chamado fez com que os policiais voltassem ao local.
Desta vez, familiares da vítima estavam em frente à residência dizendo que Francielle estava apanhando de Adailton Freixeira da Silva, de 46 anos. Mas, mais uma vez ela relatou que o chamado deveria ser para outra casa. Não foi visto nenhum sinal de violência aparente no corpo da mulher, e os policiais conversaram com a família e com a vítima, que nesse dia resolveu ir para a casa de sua mãe.
Dias depois, Francielle foi colocada em cárcere privado pelo marido, que passou a fazer sessões de tortura com a esposa. A vítima teve os dentes quebrados, cabelos cortados rente ao couro cabeludo, além de ser queimada e ficar sem pele nenhuma nas nádegas. No corpo de Francielle, o médico legista encontrou equimoses no abdômen e na região do tórax.
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