O MPF (Ministério Público Federal) informou, nesta quarta-feira (1), que acompanha a ocupação indígena na reserva de Amambai, a 355 km de Campo Grande, e faz reuniões com o proprietário da terra e seus representantes em busca de um acordo sobre a área de conflito.

Segundo o Perito em Antropologia do MPF, Waldenir Bernin, o território corresponde a uma parcela da reserva indígena já demarcada e, desde o último domingo (29), o grupo ocupa o local em forma de reivindicação.

O perito ainda esclarece que Amambai tem duas reservas indígenas, criadas no começo do século XX em que seu último reavivamento — procedimento em que a Funai percorre os limites da reserva e limpa a vegetação para a marcação dos pontos georreferenciais — se deu no ano de 2006. Nesse sentido, Wladenir pontua que cada reserva indígena deve ter 3.600 hectares, no entanto, foi constatado que a reserva tem apenas 2.200 hectares. O questionamento do movimento é sobre os 1.400 hectares restantes.

A reocupação também foi motivada pela morte de Alex Recartes Vasques Lopes, de 18 anos, em Coronel Sapucaia. O assassinato ainda é investigado pela PF (Polícia Federal) e também é acompanhado pelo MPF.

Questões em investigação

O conflito ainda está cercado de questões que estão em investigação como a denúncia de estupros feita pela ONG ‘Kuñangue Aty Guasu’ durante o desaparecimento de duas mulheres indígenas no local, encontradas na tarde da última terça-feira (31). De acordo com a ONG, as mulheres teriam sido arrastadas pelo milharal e gritos foram ouvidos do galpão onde ficaria a segurança privada dos proprietários. O Cimi (Conselho Missionário Indigenista) também acompanha o caso e investiga a veracidade dos relatos.

Além disso, também não é possível saber se o sequestro das mulheres teria relação com a morte do jovem indígena.