Luccas Abagge, que fugiu da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) no último dia 03 deste mês e morreu em confronto com policiais civis durante a tarde deste sábado (10) em Fátima do Sul, estaria planejando a morte de sua ex-mulher, segundo a polícia. Participaram da ação, policiais do SIG (Setor de investigações Gerais) de Dourados, SIG de Fátima do Sul e policiais penais de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a delegada de Fátima do Sul, Maria Gabriela Vanoni Carvalho Cruz dos Santos, Luccas recebeu os policiais civis a tiros, na casa onde estava, em Fátima do Sul, cidade a 239 quilômetros de Campo Grande.
Também em entrevista coletiva, o delegado do SIG de Dourados, Erasmo Cubas, disse que possivelmente, Luccas Abagge ainda não teria fugido de Mato Grosso do Sul, pois planejava matar sua ex-companheira.

“Logo após a fuga do Lucas, as equipes de inteligência do SIG, juntamente com a própria polícia penal, passaram a trabalhar informações possíveis para a localização dele. Polícia penal colaborou com informações que foram extremamente essenciais, para que a gente desse o primeiro passo da localização do Lucas, porque as informações eram de que ele poderia ter fugido pela fronteira Brasil- Paraguai. Com essas informações, fizemos um trabalho com o SIG de Fátima do Sul, que conseguiu localizar um possível paradeiro e foi confrontado com informações de dentro da cadeia, com os policiais penais, que fez com que chegássemos ao paradeiro exato onde Lucas estava. As equipes do SIG de Fátima do Sul e Dourados encaparam durante todo o dia e tiveram a informação que na parte da tarde, o Luccas Abagge estaria no local. As equipes ali se organizaram, fizeram a incursão no imóvel, de forma que evitasse a fuga dele. Todavia, como era esperado, ele já revidou, recebeu as equipes com disparo de arma de fogo, os policiais se defenderam também realizando disparo de arma de fogo, o que acabou levando o Luccas ao chão. Ele foi socorrido ao hospital, onde foi informado pelo médico que ele acabou não resistindo e faleceu. Foi identificado uma arma, provavelmente um 357, apreendido celular dele e demais instrumentos encontrados no loca. A equipe também trabalhava com linha de investigação de que o Luccas estava armando um possível homicídio da própria ex-convivente, segundo que investigávamos com os próprios policiais penais e o SIG de Fátima do Sul. Ele teria esse plano de vingança por isso ele ainda não teria fugido aqui do estado de Mato Grosso do Sul”, disse o delegado.
Preso em Mato Grosso do Sul

Preso há pouco mais de dois meses em Mato Grosso do Sul, Luccas Abagge fugiu na madrugada do último dia 03 da Penitenciária Estadual de Dourados. Ele é filho de Beatriz Abagge, conhecida pelo “Caso Evandro, tem mais de 100 anos de condenações e histórico de fuga.

No dia 18 de junho de 2022 ele foi preso tentando entrar em Ponta Porã, município distante aproximadamente 250 quilômetros de Campo Grande, com uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) falsa em nome de Evandro Oliveira Ribeiro. Ele estava com a esposa em um Chevrolet Celta, com os faróis apagados. (Vídeo abaixo mostra momento da prisão dele em MS)

Desde então em Dourados, Luccas estava preso em área onde se encontram os detentos ligados ao PCC. Ele teria fugido sozinho por volta das 4h após passar por dois alambrados e escalar a muralha do presídio.

De acordo com fontes, ele seria transferido em breve para um presídios de Campo Grande, onde a segurança é reforçada.

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) afirma que irá irá investigar o caso por meio de sua Corregedoria.

Cordas usadas na fuga do presídio

Em janeiro de 2019, Abagge foi condenado a 54 anos por um homicídio que aconteceu em 2016. Em julho, também de 2019, novamente ele foi julgado e condenado a mais 32 anos por outro homicídio e uma tentativa de homicídio de 2015. Todos os crimes aconteceram na cidade de Curitiba, Capital do Paraná. Lucas também teria envolvimento com drogas, além de assaltos, sequestros e outros crimes. Após conseguir fugir de presídio no Paraná, ele foi preso em MS.

Em Mato Grosso do Sul ele virou réu em 30 de junho por tentar entrar no Estado usando documento falso. Ele estava com mandado de prisão em aberto no Paraná.

Caso Evandro

Evandro Ramos Caetano foi brutalmente assassinado no ano de 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná. Poucos dias após o desaparecimento, o corpo do garoto foi encontrado sem as mãos, cabelos e vísceras. A suspeita: foi sacrificado num ritual satânico.

No mesmo ano, sete pessoas foram presas e confessam que usaram o menino em um ritual macabro. Beatriz Abagge, mãe de Lucas, foi condenadas e depois absolvida pelo crime.

Policiais localizaram o paradeiro de Luccas (Foto: Leandro Hosbach)