Os seis presos acusados de arrombamento e tentativa de furto em uma agência bancária de Jaraguari, a 47 quilômetros da Capital, já haviam trabalhado ou tinham conhecidos próximos que trabalharam em fábricas de caixas eletrônicos, situadas em . A “marca registrada” dos criminosos era a utilização de serra do tipo “copo”, uma vez que conheciam a montagem dos caixas eletrônicos.

Conforme explicado pelo delegado João Paulo Sartori, do (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), o estado de SC, de onde os autores vieram para praticar os furtos, possui fábricas de caixas eletrônicos. Dos seis detidos, um deles já teria participado do “novo cangaço”, e fuzis foram encontrados em sua residência após cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Polícia Civil de Santa Catarina. A expressão é usada para se referir a grupos criminosos que atuam geralmente em cidades do interior, de forma violenta e armada, na prática de assaltos a bancos e caixas eletrônicos.

“Existe a possibilidade de que esses eventos ‘menores' poderiam ser para capitalizar para uma ação do novo cangaço”, explica Sartori. Entre os presos está uma mulher, que residia no Bairro Los Angeles, na Capital, e dava apoio para a quadrilha. Ela fornecia hospedagem, alimentação e armazenava materiais para a quadrilha no imóvel.

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Delegados Sartori (esquerda) e Peró (direita), responsáveis pelas investigações. (Foto: Henrique Arakaki)

Dois carros — um Ford Fiesta branco e um VW Polo preto — foram apreendidos com a quadrilha. Eles passaram por audiência de custódia e tiveram as prisões em flagrante convertidas para preventivas. Ainda segundo o delegado — que atuou ao lado do delegado Fábio Peró, também do Garras, em investigações que duraram pouco mais de dois dias até a prisão — os criminosos não demonstraram arrependimento. “Na cabeça deles roubar banco não é crime, porque o banco tem muito dinheiro”, explica o delegado sobre o depoimento dos presos.

Outras ações criminosas de mesma natureza foram praticadas pelo grupo nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Eles confessaram que o interesse era levar R$ 100 mil do banco de Jaraguari, e a rapidez com que invadiram outras agências bancárias demonstrou “expertise e longa experiência nesse tipo de ação”.

Furto em agência de Campo Grande

As prisões aconteceram durante investigações do furto em uma agência de , no Santa Fé, em que os bandidos levaram R$ 50 mil. Com as informações da tentativa de furto que aconteceria em Jaraguari, equipes do Garras foram até a cidade vizinha, onde flagraram os criminosos já dentro da agência.

Foram presos Leandro Márcio Pupp, 43 anos, e Valtemir Gonçalves Hoss Emer, 29 anos, ambos de Santa Catarina. Já os suspeitos que ficaram como ‘olheiros' acabaram fugindo para um matagal, sendo presos em seguida. Em uma residência na Capital, foram detidos os irmãos Pedro Giovani de Macedo Junior, 35 anos, e Jonathan de Macedo, 32 anos.

Na casa também estava Andre Tadeu Carvalho, de 28 anos, que desistiu de participar do furto após uma discussão. Todo o grupo criminoso confessou que veio de Santa Catarina especificamente para furtar agências bancárias. Eles chegaram a analisar a segurança dos bancos e então decidiram arrombar a unidade de Jaraguari.

Já Rayane Wellen da Silva, 26 anos, teria sido contratada para cuidar da casa onde os suspeitos ficaram e cozinhar. A quadrilha revelou que foi contratada por um criminoso ‘especialista' em roubo a banco de Joinville (SC), chamado Paulo. Para isso, os criminosos viajaram até Campo Grande de carro e, no furto, usavam equipamentos sofisticados e até manta acústica para isolar o som.