Os filhos de Patrícia Benites Servian, de 31 anos, assassinada pelo próprio irmão, Antônio Benites, conhecido como ‘Ninho’, irão passar por depoimento especial na Depca (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) para saber se as crianças teriam visto a cena do crime.

De acordo com as delegadas Elaine Benicasa e Ana Luísa Noriler, ainda não ficaram prontos os exames para atestar se Patrícia teria sido ou não estuprada pelo irmão. Segundo as delegadas, os filhos da vítima serão ouvidos depois da contradição em seu interrogatório quando diz que as crianças não teriam visto o assassinato. 

Ainda segundo Benicasa e Ana Luísa, o autor teria relatado que só queria fazer com que Patrícia parasse de bater nele, após os dois começarem a brigar. O prazo para a conclusão do inquérito é de 10 dias. Testemunhas também serão ouvidas para atestar se Antônio teria problemas psicológicos.

Depoimento

Antônio relatou que no dia 26 deste mês estava bebendo cerveja com Patrícia, nos fundos da casa de sua mãe, que está internada no hospital. O pai dos dois estaria trabalhando e, segundo ‘Ninho’, como é chamado Antônio, os filhos da irmã estavam dormindo.

Em determinado momento, eles passaram a discutir, mas Antônio relata não se lembrar o motivo, já que havia bebido bastante. Ainda segundo ‘Ninho’, a irmã começou a xingá-lo e ele teria perdido o controle. Patrícia é empurrada e cai no chão. Em seguida, ele relata que apertou o pescoço da irmã com o braço direito. Antônio ainda fala que achava que a vítima estava desmaiada, só percebendo que havia morrido depois. Segundo ele, ninguém presenciou o crime, cometido quando o dia já estava amanhecendo.

Ele arrastou o corpo para os fundos e o cobriu com um pano branco. Já pela manhã de sexta (27), quando os filhos de Patrícia começaram a perguntar sobre a mãe, ‘Ninho’ disse que ela havia saído para trabalhar. Já no fim da tarde, quando o outro irmão chegou à residência, Antônio contou o que havia feito.

Os outros irmãos que chegaram à residência e souberam do crime acionaram a polícia. Ele disse que seus irmãos ficaram abismados e sem reação ao saberem da morte de Patrícia. Quando tentou fugir, um sobrinho dele tentou impedir o agredindo com socos.

Após fugir, Antônio disse que ficou escondido próximo a uma oficina no Bairro Jardim Itamaracá, até que acabou reconhecido e preso. 

Gritos de socorro

Vizinhos chegaram a ouvir gritos, pedidos de socorro e acionaram o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança). Porém, o crime só foi confirmado por volta das 18h20 da sexta-feira, após a família da vítima localizar o corpo e acionar as autoridades policiais. 

Segundo informações dos familiares da vítima à Polícia Civil, por volta do horário em que teria sido morta, Patrícia enviou áudios a uma cunhada, com a voz emocionada, falando sobre problemas familiares do passado.

Tentou estuprar outra irmã

Antônio Benites, apontado como o assassino da irmã, Patrícia Benites Servian, já havia tentado estuprar a outra irmã em 2009 e uma adolescente de 16 anos, em 2014, que na época era sua cunhada.

Em 2009, Antônio tentou estuprar uma mulher no Bairro Tiradentes. A vítima estava andando pelas ruas do bairro quando foi surpreendida pelo autor, que a agarrou pelo pescoço e fez ameaças com uma faca. 

Ela foi obrigada a ir até um local ermo junto de Antônio. Mas, com um descuido de Antônio, a vítima conseguiu fugir pedindo ajuda a moradores, sendo acolhida por uma vizinha. Antônio fugiu indo até a casa de sua outra irmã, e lá ele que estava com uma faca ameaçou matá-la caso ela não tivesse relações sexuais com ele.

Ele disse para ela que havia tentado estuprar uma mulher, mas como não havia conseguido ela ‘iria pagar o pato’. A irmã de Antônio conseguiu tomar a faca dele e se trancou no quarto pedindo ajuda a outro irmão. O autor fugiu, mas acabou capturado pela polícia momentos depois.