Foi preso nesta sexta-feira (18) Fabiano Querino dos Santos, de 35 anos, acusado de assassinar a facadas a ex-mulher Eloisa Rodrigues de Oliveira, de 36 anos. O crime aconteceu na casa da vítima, no Parque do Lageado, em Campo Grande. Eloisa ainda foi socorrida, mas morreu na Santa Casa.

Fabiano foi preso se escondendo na casa de um amigo, em Ribas do Rio Pardo. Conforme o delegado Bruno Santacatharina, titular da delegacia do município, a Polícia Civil recebeu denúncias de que um homem, que teria matado a mulher em Campo Grande, estava escondido na residência na Rua Benjamin de Oliveira.

As equipes policiais confirmaram que o homem estava no local e foi feito contato com a (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). No fim da manhã desta sexta-feira, foi feito cerco na residência e Fabiano acabou preso em flagrante. Ele foi escoltado para Campo Grande, onde presta depoimento na delegacia.  

Fabiano já tinha várias passagens por violência doméstica. No primeiro registro, em 2013, ele teria agredido a socos a namorada e a ameaçou de morte, quando foi preso em flagrante. Ele também tem passagens pelo mesmo crime em Anastácio e Ribas do Rio Pardo. Eloisa já tinha registrado vários boletins de ocorrência contra o ex e tinha medida protetiva.

Conforme apurado pelo Midiamax, contra Fabiano ainda foi registrado boletim de ocorrência por maus-tratos. O assassinato aconteceu na noite de quarta-feira (16), após autor e vítima levarem o filho ao médico. Eles voltaram para a casa de Eloisa, onde o autor pegou uma faca. A vítima estava sentada em uma cadeira quando foi atingida pelos golpes no abdômen. Ela ainda foi socorrida, mas não resistiu e morreu na Santa Casa de Campo Grande.

Conforme relatos de vizinhos de Eloisa, no início da manhã desta quinta-feira, Fabiano ainda retornou à casa da vítima. Ele ficou escondido na esquina, tentando descobrir se a ex-mulher tinha morrido. Fabiano se dizia pastor e pregava em terminais de ônibus, sendo desta forma que conheceu a vítima.

As vizinhas também contaram ao Midiamax que Eloisa era agredida constantemente por Fabiano, que acreditava que era traído pela esposa, com quem mantinha um relacionamento há aproximadamente 4 anos. “Todos sabiam que ela era agredida por ele”, disse uma testemunha.

Ainda segundo informações das vizinhas, Fabiano tinha uma amante que morava no mesmo bairro e ele também a esfaqueou em 2021. Eloisa tentou por várias vezes se separar de Fabiano e tinha até medida protetiva contra ele. No entanto, ele sempre a perseguia para que os dois reatassem o casamento, que era conturbado.

Aproximadamente duas semanas antes do crime, Fabiano teria rompido a tornozeleira eletrônica que usava, para ir atrás da vítima. Neste dia, ele chegou a agredir o filho do casal.

Filho viu mãe ser morta por padrasto

O filho de 8 anos de Eloisa viu quando a mãe foi assassinada a facadas por Fabiano Quirino dos Santos. Ele contou os fatos para uma amiga da vítima, que revelou ao Jornal Midiamax que o autor perseguia e agredia Eloisa.

Segundo a amiga de Eloisa, a criança contou que a mãe havia chegado em casa depois de ir ao médico levar o irmão para um tratamento e que ela estava acompanhada de Fabiano — pai do bebê que havia sido levado ao médico. O casal estava separado. Quando Eloisa estava sentada em uma cadeira mexendo no celular, o autor foi até a cozinha e pegou uma faca.

Na volta, ele teria puxado os cabelos de Eloisa por trás e desferido uma facada em sua barriga, dizendo que estava cometendo o crime porque ela o havia traído. Segundo a amiga da vítima, Fabiano era ciumento e não deixava Eloisa em paz, a perseguindo sempre que ela tentava colocar um  fim no casamento.

Ainda segundo o relato da amiga, Eloisa era proibida de frequentar a igreja que ela fazia parte. O pastor da igreja da vítima contou à delegada que sabia das agressões que Eloisa sofria. Após a morte de Eloisa na Santa Casa, a polícia foi até a casa da vítima onde a faca usada para cometer o crime foi apreendida. O objeto estava dentro de um saco, lavado e danificado.

Na residência, estava um pastor da congregação que era frequentada por Eloisa, que revelou aos policiais que sabia das agressões que a vítima sofria do ex-marido. O caso é investigado pela Deam.

*Matéria editada às 15h33 para acréscimo de informação.