A morte de Patrícia Benites, de 31 anos, morta estrangulada pelo irmão conhecido como ‘ninho', na última sexta-feira (27), gerou revolta entre os familiares pela  forma como o autor tirou a vida da vítima e a tamanha crueldade em esconder o corpo dentro da própria casa.  

“O meu sobrinho veio aqui em casa e falou ‘o tio Ninho matou minha mãe'. Eu sentei ele no meu colo e perguntei o que tinha acontecido, ele me explicou. Disse que o Ninho segurou ela pelo pescoço e ela caiu, tentou fazer alguma coisa com ela”, disse Gisele Benites, irmã da vítima de feminicídio. 

Ao jornal Midiamax, a irmã disse que após ouvir isso foi até a casa, onde Patrícia morava com os filhos, pais e irmãos e tentou acessar os fundos, mas foi impedida pelo autor diversas vezes. Os sentimentos são de revolta e medo, já que ‘Ninho' ainda está foragido.

“Eu fui até casa, mas ele estava me impedindo de chegar até aos fundos. Eu tentei tirar algumas coisas de cima do tanque, mas o Ninho sempre estava barrando. Então não tive coragem de terminar, porque eu já sentia que ela estava morta. Estou revoltada, mas com medo de que ele volte e tente fazer algo contra nós”, desabafou a irmã. 

Uma sobrinha afirmou que a tia e o autor estavam consumindo bebidas alcoólicas juntos na quinta-feira (26). Naquele dia, somente Patrícia, o acusado e dois filhos da vítima estavam na casa, o que causou estranheza nos familiares diante do desaparecimento dela na sexta. 

“Isso é algo muito grave e eu espero muito que a Justiça seja feita. Eles estavam bebendo juntos e Patrícia começou a chamar pela minha avó que estava internada. No outro dia, ela sumiu e fomos atrás dela, mas ele dizia que ela estava no serviço e depois que o Luan falou, o meu outro tio foi até a casa e entrou direto nos fundos, onde encontrou o corpo”, falou a jovem. 

Nas redes sociais, amigos e familiares lamentam a morte de Patrícia com fotos e músicas pedindo por Justiça. Em um dos post, uma das irmãs comentou não acreditar na crueldade do crime. “Minha maninha, minha companheira, porque isso meu Deus”, escreveu. 

Gritos de socorro

Vizinhos chegaram a ouvir gritos, pedidos de socorro e acionaram o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança). Porém, o crime só foi confirmado por volta das 18h20 da sexta-feira, após a família da vítima localizar o corpo e acionar as autoridades policiais. 

Segundo informações dos familiares da vítima à Polícia Civil, por volta do horário em que teria sido morta, Patrícia enviou áudios a uma cunhada, com a voz emocionada, falando sobre problemas familiares do passado.

Feminicídio

O corpo de Patrícia Benites Servian, assassinada por estrangulamento, na madrugada desta sexta, foi encontrado na casa da vítima, no . Há suspeita de que a vítima também tenha sido estuprada.

O caso foi descoberto somente no início da noite de sexta-feira (27), quando familiares encontraram o corpo em uma espécie de cova improvisada atrás do tanque da residência.

O irmão de Patrícia, Antônio Benites, é usuário de drogas e teria cometido o crime por volta da 1h da madrugada. Ele passou o dia tentando esconder o corpo da irmã, improvisando uma cova. Conforme familiares da vítima, o homem cavou um buraco atrás do tanque da casa da mulher e encobriu com madeiras.

As informações levantadas pela reportagem dão conta de que o suspeito é usuário de drogas. Ele já tem passagem por estupro e estaria usando tornozeleira eletrônica.

(Leonardo França, Midiamax)

Criança de 5 anos presenciou o crime

Conforme o registro da ocorrência, uma criança de 5 anos, filho da vítima, presenciou o crime. A outra filha da vítima, de 3 anos, também estava no local do crime. 

Segundo relatado ao Jornal Midiamax por uma tia da criança, o menino relatou ter visto a cena do tio matando a própria mãe. 

“Ele veio tremendo, chorando e falou que ‘mataram a minha mãe”. Ele ainda detalhou o que presenciou. “O Ninho colocou o joelho em cima dela e começou a enforcar ela”, teria contado o menino, que disse ter ficado com medo e saiu correndo.