Passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (7) o casal de 47 e 55 anos preso em flagrante por manter uma farmácia clandestina no Coophatrabalho, em Campo Grande. O homem teve a prisão mantida e a esposa pode garantir liberdade provisória com pagamento de fiança.

O suspeito teve a prisão preventiva decretada e a mulher pode ser liberada com pagamento de fiança de dois salários mínimos, R$ 2.424. O casal mantinha uma farmácia clandestina em casa, onde eram comercializados medicamentos de uso restrito, que apenas podem ser vendidos com receita médica.

Abasteciam farmácia com ajuda de médicos

Conforme o delegado Bruno Santacatharina, da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), o homem já teria trabalhado em empresas de planos de saúde. Enquanto isso a esposa atualmente trabalha em farmácia de Campo Grande. É apurado se havia também desvio de medicamentos pela funcionária.

No entanto, a investigação apurou que o casal usava de contatos com médicos para conseguirem receitas e comprarem os medicamentos de venda restrita, ‘tarja preta’. Os remédios eram depois revendidos sem necessidade de prescrição médica.

Para ‘comprarem’ as receitas com os médicos, os suspeitos pagavam em dinheiro ou então pelo plano de saúde, simulando uma consulta. O Midiamax apurou que ao menos três médicos foram identificados e agora são investigados.

Os médicos atuam em áreas diversas, como urologia, ginecologia e psiquiatria. Eles podem responder criminalmente e também perder o registro profissional pela conduta. Na farmácia clandestina, ao menos 300 medicamentos foram apreendidos, entre eles diazepam, clonazepam, lorazepam e alprazolam, que são ansiolíticos de venda controlada.

A suspeita é de que o casal agia desde janeiro na farmácia clandestina.