O caso recente envolvendo o humorista e influenciador Carlinhos Maia, de 30 anos, que teve sua casa furtada após um trio de criminosos acompanhar sua rotina e bens nas , gerou debate entre usuários sul-mato-grossenses. Para especialista, a prática de ostentação online pode gerar risco além da perda de patrimônios, mas também contra a vida.

No caso do influenciador, os autores confessaram que o crime foi cometido após acompanharem a vítima nas redes sociais e terem conhecimento dos bens e da rotina de Carlinhos Maia. A revelação do grupo levantou questionamentos sobre a insegurança gerada pela exposição de atividades, família e bens em redes sociais.

Dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) mostram um total de 16.057 furtos registrados neste ano em Mato Grosso do Sul, superando os 15.407 registrados em 2021, no mesmo período. No ano passado, entre janeiro e junho, foram registrados 1.314 furtos de veículos no Estado. Neste ano, já foram 1.430 registrados, ou seja, um aumento de 8,8%.

Para o diretor da de Direito na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e delegado veterano da Polícia Civil, Fernando Lopes Nogueira, o caso expõe uma realidade já utilizada pelo crime organizado, que passou a se movimentar entre os municípios de Mato Grosso do Sul, tornando o perigo ainda mais próximo.

“Com a vinda do presidente [viagens para Mato Grosso do Sul], muitas famílias envolvidas no crime organizado se mudaram para a Capital e o crime organizado busca por fragilidades”, explicou Nogueira.

O diretor comenta que as abordagens, por parte dos criminosos, podem ser diversas. “Ele pode se passar por empresário e marcar um encontro com a pessoa. Se a pessoa posta a compra de um carro novo, o criminoso vai saber que aquele carro não é de um policial ou algo do tipo, mas de um civil. Além disso, quando uma pessoa posta que está em um lugar, significa que sua casa está vazia”.

Nogueira afirma que as possibilidades geradas para os criminosos são diversas e, consequentemente, os crimes a serem praticados também. Além dos furtos e roubos de materiais, a publicação da localização pode gerar oportunidades para que crimes contra a vida sejam cometidos. “Um desafeto pode ir atrás de você”.

Os itens compartilhados nas redes também geram facilidades para os criminosos, pois são de fácil comercialização.

“As pessoas buscam apenas aumentar o número de seguidores. Se alguém ganha mil seguidores, ele só aceita todo mundo, mas ele sabe quem está seguindo ele?!”, ressalta.

O diretor de direito da UFMS pontua alguns cuidados que devem ser tomados por aqueles que têm na sua geração de renda. Entre as considerações estão: não publicar localizações enquanto estiver no local, entender até onde é viável publicar questões financeiras, focar no conteúdo buscado pelos seguidores e deixar os bens materiais de lado.

Carlinhos Maia perdeu bens avaliados em R$ 5 milhões

O influenciador Carlinhos Maia, que está se recuperando de uma lipoaspiração, teve seu apartamento em Maceió (AL) invadido e contabilizou um prejuízo superior aos R$ 5 milhões.

Em comunicado, nas próprias redes, o humorista afirmou estar “devastado”. Ele também pediu para que moradores da vizinhança ajudassem a denunciar caso possuíssem informações do crime.

Segundo Carlinhos, os bandidos levaram relógios, um cofre com joias e uma bolsa de marca. Três pessoas foram presas pelo envolvimento direto no roubo de itens equivalentes a R$ 5 milhões no apartamento do influenciador em Maceió.

Carlinhos Maia se pronunciou após a polícia de Alagoas revelar ter capturado os suspeitos do assalto milionário à sua casa. No Instagram, o influencer publicou stories sobre o assunto.

“Estou muito orgulhoso da polícia de Alagoas! Como falei desde o início, sempre confiei no trabalho deles. Extremamente orgulhoso. Agora é esperar esse filme de terror terminar definitivamente”, escreveu Maia.