Novo conflito entre policiais e indígenas foi registrado na tarde desta sexta-feira (24), em uma fazenda em , a 352 quilômetros de Campo Grande. É neste local que vive a segunda maior aldeia indígena de e um confronto nesta manhã terminou com 9 pessoas feridas, entre policiais e indígenas ou estrangeiros.

Em entrevista coletiva, o secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ressaltou que entre os indígenas também há estrangeiros, possivelmente paraguaios. Isso, porque eles vêm ao país vizinhos tentar cooptar indígenas como mão de barata para a colheita de maconha.

Secretário Videira – Foto: Stephanie Dias

A suspeita é de que sejam estes os homens armados que acabaram entrando em confronto com os policiais do Batalhão de Choque nesta sexta. O grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre indígenas e estes estrangeiros, teriam ocupado a fazenda na quinta-feira (23). Inicialmente, policiais foram ao local e eles saíram, mas depois retornaram.

Gerente da fazenda chegou a registrar boletim de ocorrência, relatando que quando o grupo voltou, estava armado e atirando. Na coletiva, Videira pontuou que tiros foram feitos inclusive contra o helicóptero da Casa Militar, que sobrevoa a região. A aeronave também levou reforço de policiais do Choque ao local.

No momento, estão na área aproximadamente 100 policiais, entre eles equipes da Federal de Ponta Porã. A PF ressaltou que compete aos agentes federais apenas “garantir a integridade de comunidades indígenas, quando essas se encontrarem em risco”. O secretário da ainda ressaltou que a aldeia de Amambai é considerada pacífica.

Policiais e indígenas feridos

Foi confirmada a informação de que três policiais do Choque foram feridos a tiros, que atingiram regiões dos braços e pernas, sem maior gravidade. Eles foram socorridos pelos colegas e levados ao hospital de Amambai. Já do outro lado, 6 pessoas ficaram feridas, mas não há confirmação se todas seriam indígenas.

Destas, quatro pessoas foram socorridas ao hospital local e outras duas, em estado mais grave, transferidas ao hospital de Ponta Porã. O novo conflito registrado nesta tarde não teve feridos, mas o no local ainda é tenso.

Videira ressaltou que não se trata de um caso de reintegração de posse, mas sim ação de combate aos crimes contra patrimônio e também contra a vida. Isso, porque na ocupação também teriam ocorrido ameaças e furtos, o que será apurado.

O mesmo também ocorreu na noite de quinta-feira em Naviraí, ao sul do Estado. O secretário pontuou que a viatura da que chegou ao local, após indígenas tomarem a sede da fazenda, foi recebida com flechas e lanças. O material foi apreendido e o veículo chegou a ser danificado.

Os policiais chegaram até a sede da fazenda, quando o grupo então saiu do local. Os proprietários ainda tentam identificar o que foi levado da fazenda e será feita apuração do crime de furto ou roubo.