Clima segue tenso em área ocupada por indígenas e ao menos 100 policiais estão no local
Polícia Federal também acompanha o caso
Marcos Tenório, Renata Portela –
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Novo conflito entre policiais e indígenas foi registrado na tarde desta sexta-feira (24), em uma fazenda em Amambai, a 352 quilômetros de Campo Grande. É neste local que vive a segunda maior aldeia indígena de Mato Grosso do Sul e um confronto nesta manhã terminou com 9 pessoas feridas, entre policiais e indígenas ou estrangeiros.
Em entrevista coletiva, o secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ressaltou que entre os indígenas também há estrangeiros, possivelmente paraguaios. Isso, porque eles vêm ao país vizinhos tentar cooptar indígenas como mão de obra barata para a colheita de maconha.
A suspeita é de que sejam estes os homens armados que acabaram entrando em confronto com os policiais do Batalhão de Choque nesta sexta. O grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre indígenas e estes estrangeiros, teriam ocupado a fazenda na quinta-feira (23). Inicialmente, policiais foram ao local e eles saíram, mas depois retornaram.
Gerente da fazenda chegou a registrar boletim de ocorrência, relatando que quando o grupo voltou, estava armado e atirando. Na coletiva, Videira pontuou que tiros foram feitos inclusive contra o helicóptero da Casa Militar, que sobrevoa a região. A aeronave também levou reforço de policiais do Choque ao local.
No momento, estão na área aproximadamente 100 policiais, entre eles equipes da Polícia Federal de Ponta Porã. A PF ressaltou que compete aos agentes federais apenas “garantir a integridade de comunidades indígenas, quando essas se encontrarem em risco”. O secretário da Sejusp ainda ressaltou que a aldeia de Amambai é considerada pacífica.
Policiais e indígenas feridos
Foi confirmada a informação de que três policiais do Choque foram feridos a tiros, que atingiram regiões dos braços e pernas, sem maior gravidade. Eles foram socorridos pelos colegas e levados ao hospital de Amambai. Já do outro lado, 6 pessoas ficaram feridas, mas não há confirmação se todas seriam indígenas.
Destas, quatro pessoas foram socorridas ao hospital local e outras duas, em estado mais grave, transferidas ao hospital de Ponta Porã. O novo conflito registrado nesta tarde não teve feridos, mas o clima no local ainda é tenso.
Videira ressaltou que não se trata de um caso de reintegração de posse, mas sim ação de combate aos crimes contra patrimônio e também contra a vida. Isso, porque na ocupação também teriam ocorrido ameaças e furtos, o que será apurado.
O mesmo também ocorreu na noite de quinta-feira em Naviraí, ao sul do Estado. O secretário pontuou que a viatura da Polícia Militar que chegou ao local, após indígenas tomarem a sede da fazenda, foi recebida com flechas e lanças. O material foi apreendido e o veículo chegou a ser danificado.
Os policiais chegaram até a sede da fazenda, quando o grupo então saiu do local. Os proprietários ainda tentam identificar o que foi levado da fazenda e será feita apuração do crime de furto ou roubo.
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