Asilo que já foi alvo de denúncias por maus-tratos contra os idosos – processo que ainda tramita na Justiça – voltou a ser investigado por uma série de possíveis crimes. Um deles seria que um enfermeiro estaria administrando medicação para dopar os idosos, em comum acordo com a direção da instituição.

O (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) teria um compilado de documentos, sobre os possíveis crimes cometidos naquela instituição. Um deles seria de que um enfermeiro estaria administrando medicamentos sem prescrição médica, em acordo com a direção do asilo, para dopar os idosos.

Além disso, os idosos acolhidos não estariam recebendo a assistência médica necessária, pois não são levados ao posto de saúde. Houve relato ainda de que câmeras foram instaladas nos banheiros. Pela denúncia são investigados os crimes de medicamento em desacordo com receita médica, deixar de prestar assistência ao idoso e expor a perigo a integridade e a saúde do .

Asilo já é investigado por maus-tratos

Na instituição de longa permanência para idoso foi denunciado caso de maus-tratos, que resultou no afastamento da ex-diretora, por determinação judicial. A decisão é do David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.

O magistrado concedeu em parte a tutela de urgência, para afastar a ex-diretora das funções administrativas da casa de acolhimento de idosos. Ela foi substituída por vice-presidente da instituição. Foi expedido mandado de afastamento.

Após as denúncias, a ex-diretora acabou afastada por meio de medida protetiva concedida pela juíza Katy Braun, da Vara da Infância e Juventude. Com isso, a ex-diretora passou a trabalhar remotamente e renunciou ao cargo de direção que ocupava.

Laudo psicológico

Ex-diretora do asilo foi filmada agredindo os idosos
Ex-diretora foi filmada agredindo idoso

Foram ouvidos idosos que demonstravam estado de consciência e orientação e também um discurso coerente. Um senhor de 81 anos contou que está no local desde a fundação da casa de idosos e que lembra de todos os diretores. Ele relatou que já presenciou e foi alvo de muitas ofensas e humilhações pela ex-diretora.

Ainda segundo o idoso, “o clima na casa começou a ficar tenso desde a gestão dela”. Ele chegou a alegar que ela fazia insinuações sobre a capacidade sexual do idoso, que tem uma namorada no asilo, como forma de humilhar e expor a vítima. A namorada, de 80 anos, contou que a ex-diretora tratava muito mal os colegas. “Humilha os funcionários na nossa frente”, disse.

Já outro interno, de 70 anos, que faz tratamento para Alzheimer, relatou que chegou a contar aos familiares sobre as agressões que sofria e também a grosseria da ex-diretora. Ele lembra que foi puxado pelo braço pela mulher. Outro idoso, também de 70 anos, disse que se sentia inseguro de falar sobre o comportamento dela.

Isso porque não sabia em quem poderia confiar na instituição. Outros idosos também relataram que se sentiam acuados para contar sobre os maus-tratos. De acordo com a vítima, a ex-diretora era autoritária. O idoso chegou a contar para os psicólogos que se sentiu aliviado com a saída dela.

Ex-funcionários e funcionários também foram ouvidos e relataram que a ex-diretora denunciada maltratava a todos, bem como impunha tempo limite para as refeições dos idosos, de 15 minutos, o que fazia com que alguns não conseguissem nem terminar de comer. Eles também alegam que ela inventava histórias sobre os idosos.

A mulher é acusada de inventar que um dos idosos era abusador sexual e que teria agredido a esposa, sendo responsável por um tumor na cabeça dela. O caso não constava nem no prontuário e nem a família do idoso confirmou. Uma outra idosa estava com depressão profunda e não recebia os cuidados necessários a critério da ex-diretora.

Ela inclusive teria proibido que a paciente fosse levada a uma unidade de saúde. Como a idosa acabou piorando muito, foi levada até um posto de saúde e depois precisou ficar internada.

O que dizem os psicólogos

Na conclusão do laudo, os profissionais constataram situação de intimidação e violência psicológica da ex-diretora. “Constatou-se tratar de um caso de maus-tratos e violência psicológica com os idosos internos na instituição. Violência que era estendida aos funcionários”, diz a peça.

Ainda conforme o laudo, a maioria das ações de violência era de cunho psicológico, porém há relatos de agressões físicas. “Uma paciente chegava a pedir para morrer, porque não suportava mais humilhações e maus-tratos”. Os psicólogos identificaram que os idosos ficaram mais tristes com a direção.

“Evidenciou-se gravíssimo caso de maus-tratos contra os idosos da instituição. Ademais, prejuízos emocionais a alguns dos internos e funcionários, estes últimos, temerosos de eventual desfecho e retaliação as suas carreiras, pois desconhecem as reais influências alardeadas pela diretora”, finaliza o laudo.