Tio Arantes do PCC teria fugido de esconderijo momentos antes de policiais chegarem
Dois homens foram presos e teriam dado abrigo ao fugitivo
Arquivo –
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Presos em flagrante na última sexta-feira (26), dois homens, de 35 e 41 anos, estariam dando abrigo para José Cláudio Arantes, de 66 anos, o Tio Arantes, em uma casa no Jardim Panorama, em Campo Grande. Os policiais encontraram sinais de que a liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) pode ter fugido da casa momentos antes da chegada dos agentes.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (29), o delegado Hoffman D’Ávila, da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), esclareceu que além dos dois homens, uma mulher também foi presa. Ela foi contratada por R$ 3 mil para fazer uma transação de cocaína para os acusados, mas a princípio a intenção deles não seria de liberar a mulher.
Segundo o delegado, os presos seriam faccionados do PCC e chegaram a debochar dos policiais durante a prisão. “O que você tem de idade eu tenho de cadeia”, teria dito um deles a um policial civil. “Não tenho medo de cadeia, meto o pé até na mesa do juiz”, também teria dito um dos presos. Celulares e dinheiro, um total de R$ 3.217,00 foram apreendidos com a dupla.
Os dois acusados tiveram a prisão preventiva decretada e vão para o presídio. Conforme a polícia, eles conversavam em código no carro, na presença da mulher contratada para o tráfico, e teriam dado a entender que davam abrigo para Tio Arantes. Também já havia denúncia contra eles sobre o fato.
O local de esconderijo seria a casa do homem de 35 anos. Quando os policiais chegaram ao local, encontraram ventilador ligado e comida morna, dando a entender que alguém estava ali momentos antes. Equipes seguem em buscas pela liderança do PCC, que fugiu do regime semiaberto na última semana.
Prisões em flagrante
Policiais civis receberam denúncia anônima sobre um Honda Civic onde estariam duas pessoas, suspeitas de tráfico e ainda favorecendo a fuga de Tio Arantes. Os policiais encontraram o veículo na Avenida Cachoeira do Campo, região do Caíobá, onde foi feita a abordagem.
O motorista ainda tentou fugir, mas acabou encurralado pelos policiais. Os ocupantes do carro foram identificados e também havia uma mulher no banco traseiro. Um dos envolvidos tentou quebrar o celular durante a abordagem e foi verificado ainda que o carro era produto de apropriação indébita.
Os três envolvidos foram levados para a delegacia e a mulher acabou confessando que veio de uma cidade do interior com a filha de 6 anos, que tem paralisia cerebral, e uma sobrinha de 14 anos. Elas vieram para tratamento em um hospital da cidade, onde foi contatada por um dos suspeitos, que ofereceu R$ 3 mil para que ela buscasse um veículo e acompanhasse a dupla em uma venda de droga.
A mulher alega que aceitou para poder pagar o tratamento da filha. Os suspeitos passaram por algumas casa e mostraram para a mulher 4 tabletes de cocaína, que ela deveria entregar para um suposto comprador. Eles chegaram a ameaçar a mulher, dizendo que se ela fizesse tudo certo na transição da droga seria liberada logo, caso contrário não voltaria para casa tão cedo.
Além disso, os próprios policiais buscaram as crianças, que foram deixadas em uma pousada na frente do hospital, pagaram pela estadia e também compraram comida para as meninas, que tinham sido deixadas em situação de vulnerabilidade. Conselho Tutelar foi acionado e uma familiar se comprometeu a buscar as crianças, mas elas permaneceram com a mãe na Denar.
Ainda no sábado, foi determinada liberdade provisória da mulher, considerando a situação da filha que precisa dos cuidados especiais. Ela deve cumprir medidas cautelares como comparecimento em juízo, proibição de frequentar bares e também de deixar a cidade que mora sem aviso prévio.
Fuga da Gameleira
As fugas aconteceram na madrugada do dia 23, conforme as imagens das câmeras de monitoramento do presídio da Gameleira, de regime semiaberto. Segundo os agentes penitenciários, foi feita uma vistoria no Pavilhão C, constatando que os cadeados da cela que os presos ocupavam não estavam no local.
Também foi constatado que a tela do alambrado que dá acesso à entrada do pátio interno estava cortada. Além de José Arantes, fugiu o colega de cela Eduardo Benedito do Amaral, de 62 anos.
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