A defesa de Marcos André Vilalba, durante a sua sustentação oral, defendeu que o réu estava em uma psicose alcoólica, tendo um surto no momento em que sequestrou Carla Magalhães, a estupro e a matou, em julho de 2020, no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Fazem parte do corpo de jurados cinco homens e duas mulheres.

O advogado disse que a perícia no local do crime foi mal feita, visto que embaixo do tanque de lavar roupas, onde indicava vestígios de sangue, também tinha 30 garrafas de cachaça vazia. De acordo com a defesa, em uma psicose alcoólica, a pessoa tem um surto, ela perde a noção de realidade e fica violentíssima. 

“Ele não escolheu a Carla, aconteceu naquele momento”, disse ao júri, afirmando que Marcos estava sob efeitos de álcool e drogas. A defesa pede por internação para o réu, comparando o caso com o do Maníaco da Cruz, que está internado em uma ala psiquiátrica em Campo Grande, após uma série de assassinatos. 

O advogado ainda sustenta que, “ele não deveria estar sendo julgado da maneira como está”, já que, de acordo com o seu depoimento quando preso, disse que faria com um homem a mesma coisa já que estava bêbado. A defesa tenta derrubar a qualificadora de feminicídio. O advogado ainda falou que “a Carla passou no momento errado, na hora errada. Ele estava num momento extremamente horrível”.

Para o assistente de acusação, José Belga, Marcos André não pode voltar para o convívio da sociedade, já que é uma pessoa de alta periculosidade, insensível e frio, que voltaria a cometer o mesmo crime, fazendo mais vítimas. “Comportamento que ele teve, de estuprar, matar e violar o corpo por três dias”, disse. A acusação pede pena máxima, que pode chegar a 49 anos de prisão.

Família pede justiça

“É uma atrocidade, nossa esperança é que a justiça da terra seja feita. Só Deus para dar força porque nunca imaginamos tanta atrocidade”, falou o primo de Carla, Diego Santana. Ainda segundo Diego, Marcos é uma pessoa fria, que estava o tempo todo acompanhando o que a família estava fazendo quando a Carla sumiu.

Evani Santana, mãe de Carla, disse ao Jornal Midiamax que espera por justiça. “É uma coisa sem explicação”, disse. Ela está muito confiante pela condenação de Marcos. “Desde a primeira hora que ela sumiu, minha família estava comigo e continua”, falou.