Foram ouvidos na manhã desta quinta-feira (25), na delegacia de Itaquiraí, a 402 quilômetros de Campo Grande, o piloto do barco e o pastor que estavam na prainha no Rio Paraná, onde estavam Rosinaldo Andrade Messias, de 41 anos, que foi morto a tiros logo após aparecer em um vídeo abusando de sua enteada de 6 anos. Mais quatro pessoas serão ouvidas.

Segundo o delegado Eduardo Lucena, o piloto contou que não conhecia a família e que estava na beira do rio fazendo a manutenção do barco junto de outra pessoa, quando o pastor apareceu pedindo para que ele fizesse um passeio com a família, que era um sonho deles.

A princípio, o piloteiro não queria fazer o passeio já que o barco estava em manutenção, mas depois de muita insistência do pastor acabou aceitando fazer o passeio que teria durado no máximo 2 minutos. Ainda segundo o depoimento, o piloteiro afirmou que não viu o momento em que Rosinaldo beija a menina de 6 anos na boca.

Quando viu as imagens que viralizaram, o piloteiro acabou se reconhecendo e teria procurado a delegacia, mas não foi possível pegar o depoimento dele porque, no mesmo dia, Rosinaldo e a esposa estavam sendo ouvidos. Logo à noite Rosinaldo acabou sendo assassinado com um tiro na nuca. 

Eduardo Lucena falou que existe um suspeito para o crime, mas nada de concreto. Ainda segundo o delegado, o suspeito a princípio não teria laços familiares com Rosinaldo ou com a mulher, mãe da criança. 

Imagens de abuso

A  mulher que vivia maritalmente com Rosinaldo há apenas 3 meses contou estar bêbada no dia em que postou as imagens do homem beijando a filha dela, e que nunca havia notado nenhum comportamento estranho do marido em relação às filhas, de 12, 6 e 1 ano. As imagens foram gravadas no último domingo (21).

Ela ainda contou que estavam todos embriagados na lancha e postou o vídeo no status do seu WhatsApp, que acabou sendo compartilhado por outras pessoas. As imagens viralizaram e, após isso, Rosinaldo passou a receber várias ameaças de morte. De acordo com o delegado, no dia do crime, o casal foi levado até a delegacia, onde prestou depoimento e foi liberado, já que não havia flagrante.

O delegado diz ter feito o pedido da prisão de Rosinaldo, mas, antes da Justiça expedir o mandado, ele acabou assassinado com um tiro na nuca. O Conselho Tutelar retirou as crianças do convívio familiar ainda nesta terça, antes do crime. Todos que estavam no barco serão ouvidos na delegacia por suposta omissão. 

Em depoimento especial, a menina que aparece sendo abusada no vídeo não relatou nenhum outro abuso anterior por parte de Rosinaldo, mas tudo será investigado, disse Eduardo Lucena.