Polícia ouve família sobre tentativa de execução que deixou ‘estelionatário do amor’ em coma

Vítima foi atingida por 8 disparos de arma de fogo

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Investigações são conduzidas pela 3ª DP.
Investigações são conduzidas pela 3ª DP.

Foi instaurado inquérito para apurar a tentativa de execução contra um homem, de 33 anos, no fim da manhã do último domingo (7), na Mata do Jacinto, em Campo Grande. Com várias passagens por estelionato, ele chegou a ficar conhecido como ‘estelionatário do amor’ pelo tipo de golpe que aplicava e a polícia apura se os crimes teriam ligação.

Segundo o delegado Ricardo Meirelles, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, familiares são ouvidos nesta quarta-feira (10), para serem desenvolvidas as linhas de investigação e então identificar a autoria do crime. Equipes foram até a Santa Casa de Campo Grande, onde o homem está internado, mas ele não pode ser ouvido.

Inicialmente, a informação é de que ele está em estado grave, em coma. Sobre as passagens por estelionato que acumula, o delegado Meirelles esclareceu que nenhuma linha de investigação está descartada. No entanto, o que é certo é que se trata de uma tentativa de execução premeditada. No mais, ainda não há detalhes sobre a motivação do crime.

Atentado

A Polícia Militar foi acionada por moradores e, chegando à rua Pridiliano Rosa Pires, não encontrou a vítima e nem o possível autor. Testemunhas disseram que o homem foi levado em seu veículo, até a casa do sogro, e de lá encaminhado para o hospital. Duas passageiras que também estavam no carro, junto à vítima, não se feriram.

A vítima foi atingida por 8 perfurações, no braço esquerdo, pescoço, rosto e lateral das costas e pernas. Moradores da vizinhança informaram que os autores estariam em um carro Volkswagen Fox vermelho, e seriam dois ocupantes. Perícia e a Polícia Civil estiveram no local e encontraram quatro cápsulas de calibre 9 mm deflagradas no chão.

Também foi feita perícia no carro da vítima e o caso foi registrado como tentativa de homicídio.

‘Estelionatário do amor’

Com mais de 15 passagens por estelionato, o homem de 33 anos teria um ‘padrão’ para cometer os crimes. Ele se aproximava de mulheres fingindo ser militar, iniciava um relacionamento e então aplicava os golpes, levando dinheiro, carros, celulares, entre outros pertences das vítimas.

O último crime teria acontecido em 11 de agosto deste ano. Após a vítima perceber que caiu em um golpe, passou a receber ameaças do acusado, que já responde na Justiça por crimes com o mesmo modus operandi. Segundo a mulher, ela conheceu o homem após receber uma mensagem dele, dizendo que não tinha atendido a ligação porque estava em uma missão.

A vítima, então, respondeu ao número desconhecido, afirmando que não tinha ligado. Foi assim que o golpista começou a conversar com a mulher. Se apresentando como militar do Exército — embora em outras ocasiões já tenha dito que era policial — ele puxou conversa e conquistou a vítima, que passou a se envolver amorosamente com ele.

Durante o relacionamento, o acusado mentiu, dizendo que tinha vendido um terreno de R$ 300 mil e que o dinheiro tinha sido bloqueado pelo banco. Ludibriada pelo golpista, a mulher acabou ajudando o suspeito, emprestando a ele R$ 10 mil. Em outra ocasião, passou o cartão em uma loja, no valor de R$ 3 mil para o suspeito.

Estelionatário por formação, ele andava em um Jeep Renegade novo, segundo a vítima, veículo que não sai por menos de R$ 90 mil. Tudo isso para simular ter boa condição financeira e poder dar o golpe. A mulher só descobriu o golpe quando o falso militar disse que a levaria em uma festa, no Exército.

Quando ela estava pronta para a festa, ele ligou, dizendo que o general tinha cancelado o evento. Desconfiada, ela conversou com um amigo, que é militar do Exército, e ele disse que não havia ninguém com o nome do namorado dela no comando e ainda que não tinha nenhuma festa marcada.

Após descobrir o golpe, a vítima se afastou do acusado, quando começou a ser ameaçada e a receber ligações. Por isso, registrou boletim de ocorrência pelo estelionato e também pela violência doméstica. Em outras ocasiões, o homem já foi preso acusado de estelionato.

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