Passageiros denunciam aplicativo de passagens de ônibus após ficarem sem viagem
Vítimas passaram a madrugada esperando
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Na madrugada desta sexta-feira (17), quatro pessoas procuraram a Polícia Civil para denunciar o aplicativo de venda de passagens de ônibus Buser, após aguardarem por 4 horas o veículo. As vítimas passaram a madrugada esperando o ônibus ou resposta da empresa e acabaram sem a viagem.
Segundo o registro, as passagens foram compradas no dia 7 de dezembro, para viagem a acontecer na noite desta quinta-feira (16), às 23h59. Os passageiros embarcariam em um posto de combustível na Avenida Costa e Silva.
Eles aguardaram por cerca de 4 horas e, neste período, encaminharam mensagens para a empresa, alegando a falta do ônibus. No entanto, a única resposta era para que esperassem que, assim que houvesse confirmação, seria avisado via chat eletrônico.
Com medo dos riscos de esperarem no local e sem solução da empresa, as vítimas procuraram a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, onde o caso foi registrado como estelionato.
Casos recentes
Ainda na manhã de sexta, um grupo de cerca de 40 pessoas aguardava das 6 horas até aproximadamente 9 horas pelo veículo, que ainda não tinha aparecido. Segundo os passageiros, o bilhete foi comprado pelo aplicativo Buser — de venda de passagens — e teria como destino várias cidades do sul do Estado.
O ônibus da companhia Siriema sairia de um posto de combustível na Avenida Costa e Silva, próximo ao estádio Morenão, e justamente por isso tinha um desconto de 20% em relação aos ônibus que partiam do Terminal Rodoviário de Campo Grande. Esse é o segundo caso de atraso de ônibus com passagem vendida pelo mesmo aplicativo e que também sairia de um local alternativo.
De acordo com os passageiros, no horário de embarque, às 6h, tinha uma equipe de fiscalização da Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) no posto e isso poderia ter inibido a chegada do ônibus, por possíveis irregularidades.
Depois de algum tempo esperando, os passageiros ainda receberam uma mensagem da Buser em seus celulares dizendo: “Estamos cientes do atraso em seu embarque e estamos providenciando um novo meio para seguirem a viagem. Lamentamos os transtornos causados”.
Um homem, de 25 anos, ainda esperava a viagem com filha e esposa. Ele pretendia ir para Dourados. Já uma mulher, de 22 anos, iria para Ponta Porã e depois para São Paulo. “Não conseguimos contato com a Buser nem com a companhia de ônibus”, lamentou ela.
Multas
Somente em 2021, mais de 387 foram multados e outros 5 veículos foram apreendidos transportando passageiros de forma ilegal.
A Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) atua nas rodovias para fiscalizar esse tipo de transporte. Em 2021, já foram 5.162 veículos abordados, como vans e ônibus parados pela fiscalização — esses dados são referentes ao período de janeiro a novembro. O mês de maior fluxo foi julho, quando houve 804 paradas.
Desse total, 337 receberam autos de infração por alguma irregularidade. Em maio, foram lavrados 46 autos, ou seja, mais de um por dia. Mas a ‘dor de cabeça’ pode não ser só da empresa que faz esse tipo de transporte. Casos em que a infração impede a viagem de continuar e os passageiros precisam esperar outros veículos também acontecem, foram cinco vezes em agosto e duas em setembro.
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