Para evitar ‘esquemas’, Paraguai troca direção de presídio 16 dias depois

O Ministério da Justiça do Paraguai anunciou nesta quinta-feira (11) mais uma mudança na direção da Penitenciária de Tacumbú, principal unidade prisional do país, localizada em Assunção, onde estão lideranças do crime organizado internacional, como chefes das facções brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho). O novo diretor será  Manuel César Garay […]

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O Ministério da Justiça do Paraguai anunciou nesta quinta-feira (11) mais uma mudança na direção da Penitenciária de Tacumbú, principal unidade prisional do país, localizada em Assunção, onde estão lideranças do crime organizado internacional, como chefes das facções brasileiras PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).

O novo diretor será  Manuel César Garay Romero, que assume o posto de Rodolfo Julián Bernadet. Rodolfo havia assumido o cargo há 16 dias, em substituição a Domingo Antonio Amarilla Florentín. Tais mudanças são resultado de uma resolução assinada pela ministra Cecília Perez. O objetivo é manter a rotatividade para diminuir risco de corrupção.

Servidores e diretores das unidades de detenção têm sido presos no país vizinho por envolvimento com o crime organizado. Alguns recebem propina para permitir regalias aos presos, bem como fazer vista grossa quanto a entrada de produtos ilícitos, especialmente drogas. Outros também estão sendo investigados por ligação com planos de fuga.

Por outro lado, há aqueles que não se corrompem, são ameaçados de morte e são remanejados por questões de segurança. No entanto, nenhum dos últimos três nomes que estiveram à frente da direção do presídio Tacumbú, incluindo Domingo, Rodolfo e Manuel César, estão envolvidos com ilícitos. 

Conforme já noticiado, o presídio tem sido palco de conflitos sangrentos entre grupos rivais e, no mês passado, houve um motim que teve sete internos mortos. O fato ocorreu por conta da transferência de prisioneiros daquela unidade, entre eles Orlando Efrén Benítez, apontado como integrante do PCC e um criminoso de alta periculosidade. Ele seria retirado da prisão por conta de uma tentativa de fuga, que acabou sendo descoberta e frustrada. A princípio, a fuga ocorreria por meio de um túnel subterrâneo. 

O presídio já abrigou Jarvis Chimenes Pavão, um dos fundadores do Narcosul, consórcio do tráfico de drogas na América do Sul, que antes de ser enviado ao Brasil, ocupava uma cela de luxo na unidade, com academia e cozinha particular. As instalações de Pavão eram tão aconchegantes, que autoridades almoçavam com ele durante visitas ao presídio.