As cinco mulheres presas durante a deflagração da Operação Ouro Branco, pela (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), na segunda-feira (18), tiveram a liberdade provisória concedida com monitoramento por tornozeleira eletrônica.

A decisão foi tomada em audiência de custódia nesta quarta-feira (20). Além da monitoração por tornozeleira também estão proibidas de se aproximar de qualquer presídio por 300 metros. Já o policial militar reformado, Carlos Rocha, e o agente penitenciário Emerson Adolfo,  tiveram a prisão preventiva decretada.

PM reformado era ‘olheiro'

A namorada de Rony, Lorrana Fernandez, de 21 anos, presa durante a deflagração da operação revelou que o policial militar reformado, Carlos Rocha, era responsável por avisar sobre a chegada de policiais que pudessem estragar o ‘esquema'.

Segundo ela, Carlos ficava vigiando a entrega das drogas, bebidas e celulares quando do carregamento para dentro da penitenciária. Emerson negou que soubesse ou que participava do esquema e disse ficar a uns 10 metros de distância de Rony, por causa, do forte odor durante a retirada do lixo. Ele disse nunca ter recebido dinheiro por esquema nenhum.

Em depoimento, o militar reformado negou participação no esquema de drogas que abastecia o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Ele disse conhecer o agente penitenciário, mas afirmou não saber que ele estaria envolvido em tráfico de drogas.

Presos

Oito pessoas foram presas na operação: o agente penitenciário, Emerson Adolfo Scipião dos Santos, de 38 anos, Ronaldo Aparecido Paulo de Souza, de 40 anos, que cumpria pena pelo crime de tráfico de drogas na Máxima, Daiane Ferreira, de 31 anos, Drielly Ferrera Fim, de 27 anos, Karina Ferandez, de 23 anos, Lorrana Fernandez, de 21 anos, o policial militar reformado Carlos Alberto Rocha, de 57 anos, e Paola dos Santos Correa, de 19 anos. No dia da operação foram apreendidos três tabletes de cocaína, cinco celulares, carregadores e 58 garrafas de bebidas alcoólicas. 

O esquema

A entrada de maconha e cocaína no presídio funcionava com o interno saindo da unidade “escoltado” pelo agente penitenciário e pelo policial militar. O detento puxava uma estrutura onde era instalado o contêiner com lixo até o lado externo. O preso “trocava” parte dos resíduos por tabletes de droga, escondidos nas bordas, tomando o cuidado de deixar parte deles, a fim de mascarar o cheiro. O procedimento durava pelo menos 1 hora.

A esposa do preso, que morava perto da Máxima, localizada no Bairro Noroeste, junto a outras três mulheres eram responsáveis por ‘abastecer' o contêiner que ficava do lado de fora. Elas eram avisadas por ligação, feita pelo interno, de quando um novo carregamento da droga chegaria. Pelo serviço, a esposa do preso recebia R$ 1 mil.

Já o policial militar fazia a vigilância do presídio e garantia o funcionamento do esquema. Foram apreendidos cinco celulares e R$ 70 mil em espécie. Além da droga, também eram ‘transportados' celulares e bebida alcoólica.