Na tarde de quinta-feira (6), foi publicada a pronúncia de Lucas Pergentino Câmara, 27 anos, pela morte de Maria Graziele Elias de Souza, 21 anos. O crime aconteceu em 14 de abril de 2020, no dia do aniversário de Lucas, que deverá ser julgado em júri popular.

A sentença é do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. O magistrado pronunciou o réu pelo feminicídio qualificado pela asfixia, mediante traição. Também pela ocultação de cadáver. Além disso, foi mantida a prisão preventiva de Lucas, já que para o magistrado ainda estão presentes os fundamentos para a prisão.

Conforme a decisão, foram apontados indícios da autoria do acusado e também materialidade, a partir do que foi relatado pelo réu no interrogatório. A peça também retrata o motivo pelo qual Lucas teria terminado o relacionamento com a vítima antes de cometer o crime, por ciúmes, já que ela trabalhava como massoterapeuta em uma clínica de ‘estética masculina'.

Pedido de absolvição

O pedido de absolvição foi feito pela defesa nas alegações finais do caso. Para a defesa, “as testemunhas arroladas pela defesa e acusação corroboram plenamente para uma inequívoca conclusão: o réu deve ser impronunciado por ausência de indícios de autoria nos moldes do artigo 414, ou absolvê-lo nos ditames do artigo 415”.

Também foi feito pedido para que, caso Lucas não fosse absolvido, as qualificadoras como: emprego de asfixia, feminicidio e traição fossem derrubadas, já que o laudo pericial não teria mostrado com clareza que Graziele foi asfixiada. Mesmo assim, os pedidos não foram acatados.

Denúncia

Conforme a denúncia apresentada pelo (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Lucas e Maria Graziele conviveram maritalmente por aproximadamente 8 anos. No entanto, em abril deste ano estavam separados, embora Lucas tentasse incessantemente reatar. Além disso, há indícios que ele era muito ciumento e possessivo e monitorava todas as da vítima.

Assim, depois de passarem a noite juntos, por volta das 14 horas do dia 14 de abril de 2020, Lucas buscou a vítima no serviço. Em seguida, foram para a casa dele, no Parque do Lageado, para comemorar o aniversário do réu. Com isso, os dois ficaram na residência e chegaram a ter relações sexuais.

Depois, ficaram deitados na cama conversando, momento em que Lucas começou a fazer carinho perto do pescoço de Graziele. Foi então que ela confessou que tinha medo que ele a matasse. Neste momento, Lucas disse “Então eu vou te matar” e deu um mata-leão na vítima, a colocou de bruços e asfixiou com o rosto no travesseiro.

Mesmo após a morte, Lucas foi até a casa da ex-sogra e fingiu que tinha combinado de encontrara a vítima ali. Só por volta das 22h30 ele voltou para casa, colocou o corpo de Graziele no carro e foi até a BR-262, onde deixou a vítima nas margens da estrada.

O crime foi descoberto após o corpo da vítima ser localizado por testemunhas. Mesmo assim Lucas ficou foragido e chegou até mesmo a ir ao velório de Maria Graziele. Ele acabou preso no dia 25 de abril por equipes da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).