Mensagens de manifestações e ataques do PCC se espalham após morte em ação policial

Integrantes fariam ataques dentro e fora dos presídios

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Mensagens são divulgadas no WhatsApp
Mensagens são divulgadas no WhatsApp

A morte de José Martins Macedo, de 19 anos, na madrugada de quinta-feira (9), deu início ao compartilhamento de mensagens pelo WhatsApp, que seriam assinadas por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). Os faccionados estariam planejando manifestações dentro e fora dos presídios.

As primeiras mensagens compartilhadas tratam da ação da Polícia Militar que resultou na morte de José. “Mataram um camarada em Campo Grande e ele exercia a função de Geral do Estado do PCC”, diz a mensagem, ou seja, José seria responsável por organizar ações da facção em Mato Grosso do Sul.

Ainda no texto, é alegado que são convocadas manifestações entre 6 e 10 de janeiro. “Dentro dessas manifestações vão virar as cadeias e determinar ataques na cidade”, finaliza a mensagem. Já em outra mensagem de WhatsApp, que seria assinada por um Geral do Estado da facção, é convocada manifestação em frente ao Fórum.

As manifestações seriam de 10 a 16 de janeiro, alegando injustiças e pedindo apoio de familiares e vizinhos que possam ir. “Não temos a data certa, mas haverá ônibus para buscar as pessoas que irão nos apoiar e levando novamente com alimentação, água, toda assistência necessária paga pela organização”, diz a mensagem.

Plano de ataque à polícia

Morto em confronto com o Batalhão de Choque, José estaria envolvido em um plano de ataques a servidores da Segurança Pública. Equipe policial fazia patrulhamento em Sidrolândia quando recebeu informação de um denunciante anônimo. Ele relatou que um motorista de aplicativo estaria envolvido no planejamento de ataques contra os servidores públicos e estaria fortemente armado.

Com isso, os policiais encontraram o motorista em um posto de combustíveis e ele negou os fatos, mas deu informações que levaram a equipe até o endereço no Santa Emília, em Campo Grande. O motorista guiou os policiais até a casa, onde foi feita abordagem ao morador. Os policiais se identificaram, mas o suspeito teria dito que eles “iriam tomar” caso entrassem.

Ainda segundo o Choque, os policiais ouviram dois disparos de arma de fogo dentro da casa, momento em que entraram no local e identificaram o morador, já com uma arma em punho. Os policiais revidaram e atingiram o suspeito, que ainda foi levado ao Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos.

Na casa, foram encontradas as armas escondidas embaixo da cama, envoltas em um lençol. Foram apreendidas uma submetralhadora modelo ZK 383, calibre 9 mm com um carregador, uma escopeta calibre 12 e uma pistola 9 mm modelo MC21 com um carregador. Outra pistola calibre 9 mm, que estaria com o rapaz, foi apreendida com 7 munições intactas.

Em cima do armário da cozinha, foram apreendidas duas caixas de munições calibre 9 mm, totalizando 100 munições, além de 10 cartuchos calibre 12. Um celular e um caderno de anotações também foram encontrados no local e apreendidos.

Segurança

Ao Midiamax, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) afirmou que tem conhecimento das mensagens e acompanha, mas que ainda não há nada oficial. Já a Sejusp (Secretaria Estadual de Estado Justiça e Segurança Pública) disse que não há nada no sentido de reforço ou medida diferente a ser tomada até o momento por conta das mensagens.

*Matéria editada às 12h45 para acréscimo de resposta

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