Membro do PCC responsável por logística é 4º preso de bando que roubou três aviões em MS

Ele foi preso na Bolívia em uma rodovia próxima à divisa com a Argentina

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Membro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foi o quarto preso do bando acusado de roubar aviões de hangar em Aquidauana, cidade a 139 quilômetros da Capital, no dia 6 de setembro. Uma das aeronaves era do cantor Almir Sater.

O preso foi apontado como o responsável pela logística do roubo e estava em uma rodovia, já do lado boliviano, próximo à divisa com a Argentina. Ele estava em um ônibus e foi expulso do país vizinho após a notícia do mandado de prisão expedido pela vara criminal de Aquidauana.

Outros dois brasileiros, que estavam com o preso, são suspeitos de terem apresentado nome falso, uma vez que não apresentaram documento de identificação, e também foram extraditados.

Os três foram entregues à Polícia Federal, que os apresentou à Polícia Civil. O caso é investigado pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), que busca recuperar as aeronaves.

Relembre o crime

O crime aconteceu no dia 6 de setembro, e foi comandado por Laudelino Ferreira Vieira, que ocupa cargo de liderança no PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), o grupo teria levado ao menos um mês para organizar o crime. Assim, foi feito planejamento, levantamento de dados sobre o aeroclube, recrutamento dos bandidos que participaram e, então, a execução do roubo.

Até o momento, foram identificados Roger Breno Wirmond dos Santos, 22 anos, Cristhofer Cristaldo Rocha, 20 anos, Ivanildo da Silva Dias Ferreira, Lazaro da Silva Ramires, Kevin Suarez Moreno e Laudelino Ferreira. 

Os criminosos invadiram o aeroclube por volta das 3 horas da madrugada do dia 6 de setembro. Inicialmente a polícia apurou que seriam 18 criminosos, que renderam o vigia e também os dois filhos dele. Os três foram amarrados com lacres, perto da grade do tanque de combustível.

Enquanto isso, os bandidos abasteceram as aeronaves e levaram os três aviões. Os criminosos estavam encapuzados, fortemente armados e usavam luvas descartáveis. Eles tinham sotaque espanhol, mas também havia brasileiros. Na fuga, os criminosos acabaram deixando para trás ferramentas. O hangar, onde estavam os aviões, não tem sistema reforçado de segurança.

Conforme a polícia, as aeronaves foram levadas para território estrangeiro. A suspeita inicial é de uso dos aviões para o tráfico de drogas. Um alerta nacional foi feito pela FAB (Força Aérea Brasileira) após o roubo dos aviões.

Farra na zona

Informações obtidas pelo Jornal Midiamax são de que o bando estava na cidade dias antes do roubo dos aviões. Roger e Cristhofer, presos 12 horas depois do roubo, teriam levado os bolivianos a um prostíbulo na cidade.  Cristhofer inclusive estava na companhia dos autores na boate. Também foi apurado que o bando ainda teria sido levado por Cristhofer e Roger para um banho no rio.

O mandante do roubo das aeronaves foi identificado como Laudelino Ferreira, o ‘Lino’, que fugiu em julho deste ano do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande.

‘Lino’ PCC

‘Lino’ tem extensa ficha criminal e acabou preso em 12 de julho de 2010, na BR-262, em Terenos. Na época, ele era acusado de liderar uma quadrilha de roubo de carros e de ser o chefe do bando responsável pelo roubo de três aeronaves de uma empresa de táxi aéreo, em janeiro de 2004, em Corumbá.

Na ocasião, foi assassinado o piloto e empresário corumbaense Luiz Fernandes de Carvalho. A quadrilha liderada por Lino teria roubado 36 veículos num período de 18 meses, entre 2005 e 2006, apenas no lado brasileiro da fronteira de Corumbá com a Bolívia. No mesmo período, o bando foi apontado como responsável por 31 roubos de veículos em Arroyo Concépcion, Puerto Quijarro e Puerto Suárez.

Laudelino e outros dois envolvidos no roubo das aeronaves chegaram a ser presos pela Polícia da Bolívia com um dos aviões. No entanto, a justiça boliviana os liberou ainda no primeiro semestre de 2004. Foi então que eles passaram a agir na fronteira com Corumbá, roubando veículos em estradas que dão acesso aos assentamentos e dentro da Bolívia. A Polícia corumbaense chegou a espalhar cartazes com fotos do bando, mas não conseguiu prendê-los.

Lino ainda foi acusado de envolvimento no assassinato do cabo da Polícia Militar de Corumbá, Rudy Mendonça, 43 anos, ocorrido em 19 de janeiro de 2006, na Estrada do Jacadigo.

 

Conteúdos relacionados