Maurílio Azambuja vai cumprir prisão preventiva em casa e com tornozeleira eletrônica

Ele só poderá ter contato com familiares e o advogado

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Dinheiro e cheques foram apreendidos na operação
Dinheiro e cheques foram apreendidos na operação

Principal alvo da Operação Dark Money, que investigou desvio de mais de R$ 23 milhões pela Prefeitura de Maracaju, o ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja teve a prisão preventiva decretada. Por ser idoso e ter comorbidades, ele cumprirá prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica para monitoramento.

Maurílio foi preso temporariamente após se entregar no Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), na última sexta-feira (24), após passar dois dias foragido. Foi feito pedido de prisão preventiva, acatado pelo Judiciário. Segundo o advogado Rodrigo Dalpiaz, o ex-prefeito vai cumprir regime domiciliar.

Assim, Maurílio deve deixar a cela da 3ª Delegacia, colocar a tornozeleira e seguir para casa. Ainda conforme o advogado, o acusado poderá manter contato apenas com familiares e também com a defesa. “Faremos declarações acerca das acusações quando se iniciar a tramitação da ação penal, porque estará delimitada a imputação a ele atribuída”, afirmou o advogado.

Depoimento

Segundo o advogado, Maurílio prestou depoimento e negou que tinha conhecimento dos crimes. Além disso, tinha confiado em três funcionários para fazerem pagamentos de até R$ 100 mil e assinava os cheques, sem questionar, já que confiava nos servidores, sendo eles Lenilso Carvalho Antunes, o ex-secretário de finanças do município, Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de administração, e Pedro Emerson Amaral Pinto.

Ele ainda disse que achava que os cheques eram para a reserva financeira, para o pagamento da folha e de fornecedores. Foram 600 cheques com valores de R$ 38 mil, que não passavam por controle.

Operação Dark Money

Seis pessoas foram presas temporariamente. Imagens aéreas mostram a chegada do comboio trazendo os presos para a Capital. Os presos são: Lenilso Carvalho Antunes, o ex-secretário de finanças do município, Daiana Cristina Kuhn, que já foi secretária municipal de administração, Iasmin Cristaldo Cardoso, que atuou como diretora do Departamento de Tesouraria, Pedro Emerson Amaral Pinto – empresário dono da Tapeçaria Lobo e Fernando Martinelli Sartori, que atuou como assessor especial de gabinete.

Durante a operação, foi apreendido um barco com carretinha, discos rígidos e foi feito bloqueio de diversas contas bancárias, tanto de pessoas físicas como jurídicas. Ao todo, foram R$ 109 mil apreendidos em cheques e R$ 143 em espécie. Armas e joias também foram apreendidas.

Operação mirou servidores públicos

A ação mirou servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal nos anos de 2019/2020, bem como empresários e empresas com envolvimento no esquema. O desvio dos cofres públicos chegou à ordem de R$ 23 milhões, segundo a polícia.

Ainda conforme o Dracco, foi constatada a criação de uma conta bancária de fachada, diversa da oficial e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano.

A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões, a empresas, sem qualquer embasamento jurídico para amparar os pagamentos.

Muitas das empresas beneficiárias dos valores não mantinham relação jurídica com a prefeitura — licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas.

Foram encontrados alvos no Paraná. Um deles acabou localizado e preso em um hotel. As ações foram realizadas em Maracaju, Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolveram 60 policiais civis do Estado — e ainda na cidade de Umuarama através de uma equipe da Polícia Civil do Paraná.

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