Nesta semana, Weslley Neres dos Santos, o ‘Bebezão' do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi condenado a 33 anos e 4 meses de prisão. Considerado liderança da facção criminosa na região de fronteira, ele foi preso em uma operação no Paraguai, em março deste ano.

A sentença foi publicada na última quarta-feira (8), assinada pelo juiz federal Ricardo Duarte Ferreira Figueira, de Ponta Porã. O magistrado definiu pena de 33 anos e 4 meses ao réu, a ser cumprida em regime fechado e também sem possibilidade de apelar em liberdade.

Conforme o magistrado, permanecem os fundamentos que justificam a decretação da prisão preventiva do condenado em unidade federal. Também deve ser mantida a prisão para garantia da aplicação da lei penal e da ordem pública. Para o juiz, posto em liberdade ‘Bebezão' pode tentar fuga.

Liderança do PCC

Conforme o magistrado, na denúncia do MPF (Ministério Público Federal), Weslley é apontado como autor dos crimes de integrar e comandar organização criminosa armada e transnacional, exercendo função de comando, também de tráfico transnacional de drogas e concurso material de crimes.

Na peça, consta que Weslley, o ‘Bebê', e outros membros do PCC passaram a liderar a atuação na fronteira de Ponta Porã com (PY) após a prisão de Giovanni Barbosa da Silva, o ‘Bonitão'. A denúncia aponta também que Weslley e Giovanni agiram juntos em meados de maio de 2020, quando mantiveram em depósito grande quantidade de maconha e cocaína, que depois foi transportada para a Zona Leste de São Paulo (SP).

No âmbito da Operação Exílio, da Polícia Federal, foi identificado que Weslley foi empossado como liderança do PCC na fronteira após a prisão de Giovanni e que era subordinado de ‘Bonitão', não agindo sem a autorização deste. Ainda nas investigações, a polícia abordou uma Amarok de placas paraguaias, com o registro de pareamento de celular com o nome ‘iPhone do Giovanni'.

No veículo, que então seria de ‘Bonitão', foram encontrados vários documentos de Weslley, bem como celulares pertencentes a ele e dinheiro. A partir das conversas gravadas no telefone, foi confirmada a ligação entre os acusados. Também foi descoberta conversa entre Weslley e a cúpula do PCC na Bolívia, durante negociação de grandes cargas de cocaína que seriam levadas até a Europa.

Prisão

Weslley já tinha contra ele mandado de prisão em aberto desde 6 de fevereiro, por conta de uma operação. No entanto, só foi preso em março, na Operação Empossados, quando foi flagrado com outros 15 comparsas, ocasião em que vários fuzis e munições acabaram apreendidos.

Além de Weslley, outros brasileiros presos também acabaram expulsos para o Brasil. Após a prisão, o acusado ainda tentou pedido de habeas corpus, que foi negado, considerando a posição de liderança na facção criminosa e também o risco de fuga para o país vizinho, onde ele alega ter residência fixa.