Na última semana, foi recebida a denúncia contra Weslley Neres dos Santos, o ‘Bebezão' ou ‘Bebê' do PCC (Primeiro Comando da Capital). Apontado como liderança da facção criminosa na região de fronteira com o Paraguai, ele foi preso durante operação em março deste ano.

A decisão é do juiz federal Ricardo Duarte Ferreira Figueira, de Ponta Porã. Conforme o magistrado, na denúncia do MPF (Ministério Público Federal), Weslley é apontado como autor dos crimes de integrar e comandar organização criminosa armada e transnacional, exercendo função de comando, também de tráfico transnacional de drogas e concurso material de crimes.

Na peça, consta que Weslley, o ‘Bebê', e outros membros do PCC passaram a liderar a atuação na fronteira de Ponta Porã com (PY) após a prisão de Giovanni Barbosa da Silva, o ‘Bonitão'. A denúncia aponta também que Weslley e Giovanni agiram juntos em meados de maio de 2020, quando mantiveram em depósito grande quantidade de maconha e cocaína, que depois foi transportada para a Zona Leste de São Paulo (SP).

No âmbito da Operação Exílio, da Polícia Federal, foi identificado que Weslley foi empossado como liderança do PCC na fronteira após a prisão de Giovanni e que era subordinado de ‘Bonitão', não agindo sem a autorização deste. Ainda nas investigações, a polícia abordou uma Amarok de placas paraguaias, com o registro de pareamento de celular com o nome ‘iPhone do Giovanni'.

No veículo, que então seria de ‘Bonitão', foram encontrados vários documentos de Weslley, bem como celulares pertencentes a ele e dinheiro. A partir das conversas gravadas no telefone, foi confirmada a ligação entre os acusados. Também foi descoberta conversa entre Weslley e a cúpula do PCC na Bolívia, durante negociação de grandes cargas de cocaína que seriam levadas até a Europa.

O juiz recebeu a denúncia contra Weslley, que se torna réu pelos três crimes apontados pelo MPF. Audiência sobre o caso já foi marcada para junho.

Prisão

Weslley já tinha contra ele mandado de prisão em aberto desde 6 de fevereiro, por conta de uma operação. No entanto, só foi preso em março, na Operação Empossados, quando foi flagrado com outros 15 comparsas, ocasião em que vários fuzis e munições acabaram apreendidos.

Além de Weslley, outros brasileiros presos também acabaram expulsos para o Brasil. Após a prisão, o acusado ainda tentou pedido de habeas corpus, que foi negado considerando a posição de liderança na facção criminosa e também o risco de fuga para o país vizinho, onde ele alega ter residência fixa.