Jovem morto no Parque dos Poderes denunciou abuso de professor de capoeira há 1 ano em Campo Grande

Rapaz tirou a própria vida no domingo e família faz apelo para que crime denunciado não caia no esquecimento

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A morte de um jovem de 18 anos, no último domingo (3), no Parque dos Poderes, em Campo Grande, trouxe à tona mais uma vez a revolta de uma família da Capital por supostos crimes de abusos sexuais cometidos por um professor de capoeira, revelados em outubro do ano passado. A morte do jovem está sendo investigada pela Polícia Civil, mas inicialmente a suspeita é que ele tenha cometido suicídio. 

O rapaz encontrado morto na tarde do domingo é um dos que denunciou o professor de capoeira por abuso sexual. A investigação foi concluída pela Polícia Civil e o processo remetido ao Judiciário.

Segundo tia da vítima, que não será identificada, o jovem não fazia tratamento psiquiátrico e não havia demonstrado comportamento que preocupasse a família. “Quando o mestre [de capoeira] foi investigado, ele saiu do grupo da academia e desde então ele sofreu. Ele procurou ajuda com o pessoal da academia, disse que não estava bem e contou o que aconteceu aos amigos”, afirma.

Ainda segundo a familiar, o jovem não recebeu ajuda, mas chegou a voltar na academia, ainda em 2020, para alertar os colegas que ainda faziam aulas com o mestre de capoeira. “O expulsaram da academia, todos lá sabiam o que aconteceu, mas ninguém o ajudou. Acredito que isso ficou torturando na cabeça dele”, lamenta.

Investigação

A família do jovem confirmou que ele tinha 13 anos quando sofreu os abusos, mas que o professor não foi condenado por falta de provas. O Jornal Midiamax apurou que na Depca (Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente) o inquérito policial foi finalizado, e o laudo da perícia apontou que não houve violência sexual nem ameaça contra as vítimas.

À época, em outubro de 2020, um primo do jovem chegou a registrar boletim de ocorrência, também denunciando o professor. As investigações apontaram que ele se aproveitava das poucas condições financeiras dos adolescentes e os abusos ocorriam na academia e na residência do professor. Em razão da investigação e do processo tramitarem em sigilo, não há mais informações sobre o andamento da ação contra o professor. 

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