Alvos da segunda fase da Operação Pesca Urbana, criminosos com residência em São Paulo (SP) eram aliciados e levados para vários outros estados onde praticavam os furtos em agências bancárias. A operação foi realizada nesta quarta-feira (10) e cumpriu um mandado de prisão em Três Lagoas, a 323 quilômetros de Campo Grande.
Segundo os delegados Alberto Ferreira Neto, da PF de São Paulo, e Noerci da Silva Melo, da PF de Caxias do Sul (RS), o grupo criminoso atuava em terminais de autoatendimento nas agências bancárias, em especial da Caixa Econômica Federal. O grupo simulava depósitos para conseguir inserir o dispositivo que ‘pescava’ os envelopes de depósito.
Ainda de acordo com o delegado Noerci, os bandidos simulavam o depósito e aguardavam o momento em que o terminal abria para que o envelope fosse inserido. Neste momento, usavam um dispositivo conhecido como ‘boca de jacaré’, que é uma lâmina que tem na ponta uma barra de ferro com cola.
Essa barra de ferro acaba grudando os envelopes que já estão dentro dos caixas e assim os valores são subtraídos. Não foi divulgado o valor furtado, mas os delegados relataram que só neste ano a PF já registrou 545 crimes desta mesma forma. O grupo criminoso, que já foi alvo da primeira operação, teria expandido e intensificado as ações.
Segundo os delegados, com a pandemia, este tipo de depósito por meio de envelopes nos terminais de autoatendimento se tornou mais comum, o que aumentou a ‘procura’ dos bandidos. Foi feita orientação aos bancos sobre tal vulnerabilidade dos terminais e a ação cumpriu mandados em vários estados.
Ao todo, foram 18 mandados de prisão preventiva, sendo um em Três Lagoas contra um detento, e 34 de busca e apreensão em São Paulo e Atibaia. As prisões também aconteceram em Aracaju (SE), Vitória da Conquista (BA), Florianópolis (SC) e no Espírito Santo.