Tramita em segredo de Justiça processo contra o médico ginecologista de Campo Grande, de 67 anos, alvo de inquérito policial em setembro de 2020 por assediar pacientes. O caso veio à tona após uma vítima registrar boletim de ocorrência, em agosto do mesmo ano, por ter sido agarrada e beijada pelo acusado.

A denúncia foi apresentada alguns meses depois pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Conforme a acusação, o médico praticou ato libidinoso com objetivo de satisfazer a própria lascívia, crime previsto no artigo 215-A, do Código Penal. Várias testemunhas confirmaram os crimes.

No relato, a vítima lembra que foi ao consultório médico em data e horários agendados. Durante a consulta, o ginecologista teria constrangido a vítima com frases de cunho sexual. Ele ainda beijou a vítima sem permissão e a abraçou. Por várias vezes ele também fez comentários sobre a aparência da paciente, a constrangendo.

Uma médica que fez residência no em que o acusado era chefe da ginecologia lembrou que, naquela época, os fatos de assédio e ato libidinoso já aconteciam. Isso, em meados de 2007. Em determinada ocasião, o médico chegou a dar um tapa nas nádegas da médica residente.

Ela alegou que não teve coragem de denunciar, já que o ginecologista era o chefe e podia reprová-la. Outras testemunhas do meio também relataram os mesmos fatos e lembraram de ocasiões em que viram o médico ‘se aproveitar' de pacientes. Diante de todas as acusações, o médico se manteve em silêncio.

O processo tramita em sigilo, na 1ª Vara Criminal de Campo Grande, e outros três inquéritos policiais sobre o mesmo crime também foram anexados aos autos.