Enterprise: dois foragidos da maior operação da PF em 2020 são presos
Na quarta-feira (3) e nesta quinta-feira (4), dois foragidos da Operação Enterprise foram presos em ação conjunta entre a Polícia Federal e Interpol. O maior alvo da operação, ex-Policial Militar de Mato Grosso do Sul, “major Carvalho” segue foragido. Conforme a Polícia Federal, um dos foragidos foi preso em Curitiba (PR) e era investigado por […]
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Na quarta-feira (3) e nesta quinta-feira (4), dois foragidos da Operação Enterprise foram presos em ação conjunta entre a Polícia Federal e Interpol. O maior alvo da operação, ex-Policial Militar de Mato Grosso do Sul, “major Carvalho” segue foragido.
Conforme a Polícia Federal, um dos foragidos foi preso em Curitiba (PR) e era investigado por tráfico de drogas e crimes correlatos praticados via modal marítimo em Paranaguá (PR). Já o segundo suspeito foi preso pela Interpol nesta quinta-feira, na Colômbia.
Ele era investigado por ligações com o tráfico internacional de drogas, atuando na região de São José do Rio Preto (SP) e no Porto de Santos. Os dados foram incluídos na difusão vermelha da Interpol, o que possibilitou a sua captura. Segundo a polícia, ele foi preso em Sabaneta, município que fica na região metropolitana de Medelín.
A prisão ocorreu com apoio do trabalho da Polícia Nacional de Colômbia, que já estava em busca do suspeito desde outubro de 2020.
Balanço da ação
A Operação Enterprise foi uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Receita Federal, deflagrada em novembro de 2020. Foi a maior operação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e a maior da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros.
No dia 24 de novembro, a Polícia Federal divulgou o balanço. Entre os dados, está a confirmação da prisão de 40 pessoas, sendo três delas em outros países. Foram cumpridos mandados em Campo Grande durante a operação.
Conforme a divulgação, a operação que tinha como objetivo combater a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas prendeu 37 pessoas no Brasil. Também foi presa 1 pessoa no Panamá, 1 na Colômbia e 1 na Espanha.
Ainda foram apreendidos 200 quilos de cocaína, além de 61 veículos, 5 motocicletas, 4 caminhões e 1 jet-ski. Já o patrimônio bloqueado, em imóveis, carros de luxo, joias e aeronaves, está avaliado em aproximadamente R$ 400 milhões. Só entre as aeronaves, foi realizado sequestro de 37, uma delas na Espanha, avaliada em US$ 20 milhões.
Também foram apreendidas 16 armas de fogo, um simulacro e 507 munições. Já o dinheiro encontrado durante a operação totalizou R$ 1.141.002,00, U$ 169.352,00, € 9.000,00 e 1.120 Dirham (moeda dos Emirados Árabes Unidos).
Operação Enterprise
Ao todo foram expedidas 215 ordens judiciais, sendo 66 mandados de prisão e 149 de busca e apreensão. A ação teve a maior apreensão de drogas e de dinheiro da lavagem feita pela organização criminosa que começou a ser identificada em setembro de 2017, após apreensão de uma carga de cocaína no Porto de Paranaguá.
Segundo o delegado Elvis Secco, da Coordenação Nacional de Repressão a Drogas, Arma e Facções Criminosas, só nesta operação foram apreendidos em espécie 11 milhões de euros e 2 milhões. O dinheiro estava em propriedades da organização criminosa, que tinha como líder o ex-oficial da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho. Ele morava na Europa e teve parte do patrimônio sequestrado pela Polícia Federal.
Ainda de acordoo com a PF, os membros da organização tinham trânsito livre pela Europa com o uso de passaportes falsos. A ação foi realizada em conjunto com a Receita Federal, em âmbito nacional e internacional, sendo a maior operação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e na apreensão de cocaína nos portos brasileiros.
Organização dos grupos
A organização criminosa era dividida em sete grupos no Brasil, sendo que havia grupos responsáveis pela logística do envio da cocaína para a Europa e subgrupos em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Em São Paulo eram dois grupos grandes de logística que fazia o envio através dos portos. Já no Rio Grande do Norte outros dois grandes grupos que faziam o envio através de barcos de pesca e de cargas de frutas.
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