Em respeito a luto de familiares de Jamil Name, juiz cancela audiência da Omertà

Em despacho publicado na noite de segunda-feira (28), o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, cancelou audiência que estava marcada para esta terça-feira (29). O processo trata da terceira fase da Omertà, a Armagedom, deflagrada em junho de 2020, e tinha Jamil Name como um dos réus. O empresário faleceu no último domingo, em decorrência do coronavírus.

Conforme a publicação do magistrado, diante do falecimento de Jamil Name e em respeito ao luto dos denunciados e familiares Jamil Name Filho e Cynthia Name, foi cancelara a audiência designada para esta terça-feira. Assim, a instrução será retomada na manhã de quarta-feira (30), com oitiva de testemunhas de acusação.

Audiência que ocorreria na segunda-feira, também em processo envolvendo Jamil Name sobre a morte de Marcel Hernandes Colombo, o ‘Playboy da Mansão’, também foi cancelada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.

As Corregedorias da Polícia Civil e Militar foram acionadas para participar do cumprimento dos mandados de busca e apreensão devido à presença de membros de ambas as instituições. Foram presos o delegado Márcio Shiro Obara, titular da 2ª Delegacia e o investigador Célio Rodrigues, da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios).

O objetivo da terceira fase da Omertà foi de desbaratar organização criminosa atuante em Mato Grosso do Sul, especialmente na região de fronteira, dedicada à prática dos mais variados crimes. Segundo o Gaeco, são crimes como tráfico de armas, homicídios, corrupção e lavagem de dinheiro.

Com isso, foram cumpridos 18 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Ivinhema e, com o apoio do Gaeco de São Paulo, em Peruíbe.

Durante as investigações, foi apurado que a organização criminosa, objeto da primeira fase da Operação “Omertà”, atuava em conjunto com a organização foco da terceira fase, apoiando-se para a prática de crimes que vão desde comercialização de armas de fogo entre si, até o planejamento e execução de homicídios para a efetivação de suas ações.

Durante as investigações ficou evidenciado que ambas as organizações criminosas se valiam do auxílio de agentes estatais de segurança pública. Ainda conforme as investigações, a segunda organização citada seria chefiada por Fahd Jamil Georges, nome conhecido na região de fronteira. Ele e o filho, Flávio, contra quem haviam mandados de prisão, não foram encontrados, mas Fahd acabou se entregando e foi preso em abril de 2021.

Seis Promotores de Justiça integrantes do Gaego e aproximadamente 200 policiais, participaram da operação.